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Projetos de Minas Gerais e Rio de Janeiro são exemplos de restauração de APPs
Daniela Mendes
Especialistas de diversos estados que participam do Seminário Nacional Restauração de Áreas de Preservação Permanente (APPs), em Brasília, trouxeram suas experiências e apresentaram projetos sobre restauração. Minas Gerais apresentou o trabalho desenvolvido pelo Projeto de Proteção da Mata Atlântica (Promata-MG) que tem por objetivo promover ações de proteção, recuperação e uso sustentável na região da Mata Atlântica mineira.
O Promata atua diretamente em 15 Unidades de Conservação e seus entornos, abrangendo uma área total de 140 mil quilômetros quadrados distribuídos em 429 municípios pertencentes ao Alto Jequitinhonha, Vale do Rio Doce, Zona da Mata, Centro-Sul e Sul do estado. Toda essa área equivale a aproximadamente 25% do território mineiro.
A iniciativa resulta do acordo de Cooperação Financeira Brasil-Alemanha por meio do Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), agente financiador do Ministério de Cooperação Internacional da Alemanha (BMZ). Ao longo dos quatro anos de duração deste projeto, de 2004 a 2007, o governo alemão disponibilizará cerca de 7,7 milhões de euros e, em contrapartida, o mesmo valor será destinado pelo governo de Minas Gerais o que resulta em investimentos da ordem de R$ 50 milhões revertidos em recursos para o Promata-MG.
As ações do Promata-MG são focadas em cinco componentes interdependentes e complementares. São eles: o fortalecimento das unidades de conservação, o monitoramento, fiscalização, controle,
prevenção e combate a incêndios florestais, o desenvolvimento sustentável nos entornos das UCs e áreas de conectividade, além da coordenação, monitoria e avaliação.
"Hoje nós já chegamos a dois mil hectares restaurados e esperamos chegar a cinco mil nos quatro anos do projeto. Hoje são 120 produtores beneficiados ou fomentados por essa atividade. Um outro grande benefício que se trouxe foi a mudança na percepção de que é preciso preservar essas áreas", acredita Ricardo Galeno, do IEF/MG.
Já o governo do Rio de Janeiro apresentou um projeto de recomposição de matas ciliares e nascentes na bacia do rio Macaé. O projeto, desenvolvido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) do Rio de Janeiro, fica num dos mais cultuados paraísos do estado, a área serrana da Bacia do Rio Macaé, de exuberante Mata Atlântica, onde está localizada a região do rio Sana.
O projeto recuperou 70 hectares de terras, sendo 40 hectares de matas ciliares e 30 de agroflorestas. Ele é resultado de medida de compensação ambiental obtida por convênio da secretaria, do IEF e da termelétrica El Paso. O projeto teve duração de 10 meses e custo de R$ 1,2 milhão.
"Nós já estamos desenvolvendo no estado do Rio de Janeiro outros programas usando a mesma metodologia. Acho que conseguimos consolidar uma estrutura que é economicamente mais viável e beneficia a comunidade", afirmou Maurício Lobo, do IEF/RJ.
O projeto contempla também a recuperação do horto de Santa Maria Madalena, administrado pelo IEF, o que possibilitou o aumento da produção de mudas de espécies nativas, além da realização de atividades de educação ambiental e a mobilização da comunidade de Sana.