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Projeto estimula manejo e preservação de florestas na Amazônia
A exploração de madeira na Amazônia tem ocorrido na maioria das vezes de forma insustentável, seja pelo desmatamento (autorizado ou ilegal) ou pela retirada de árvores sem técnicas adequadas. A solução desse problema envolve novas políticas e ações de governos que valorizem a floresta em pé.
O manejo florestal é uma alternativa, pois garante a produção de madeira de forma equilibrada e a manutenção dos benefícios e serviços que a floresta oferece naturalmente, como produção de frutos e sementes, abrigo para vários animais, oportunidades para indústrias e para o turismo, garantia da qualidade e quantidade das águas e regulação do clima.
Com o manejo, uma área de floresta é dividida em blocos e apenas parte das árvores de cada bloco é derrubada a cada colheita. Na próxima safra, a colheita ocorrerá em outro bloco, e assim por diante.
Para o corte das árvores, devem ser empregadas técnicas que causem o mínimo impacto possível, garantindo a regeneração da floresta. Com isso, a produção de madeira se perpetua, ao contrário do que ocorre quando toda a mata é derrubada. O Código Florestal Brasileiro, de 1965, diz que as florestas da Amazônia só podem ser utilizadas com base em planos de manejo.
Para estimular o uso equilibrado da floresta tropical, foi criado, em 1999, o Projeto de Apoio ao Manejo Florestal na Amazônia (ProManejo). O projeto apoia atualmente mais de 40 projetos demonstrativos sobre manejo florestal no Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas e Tocantins.
Os recursos repassados pelo ProManejo a instituições públicas e privadas nesses estados somam R$ 10,6 milhões. Madeireiras, instituições de pesquisa e ensino, prefeituras, sindicatos, universidades, associações de produtores locais, secretarias estaduais e associações de mulheres, entre outros grupos, participam dos projetos apoiados.
Executado pelo Ibama e pelo Ministério do Meio Ambiente, o ProManejo trabalha com estudos para formulação de novas políticas, apoio ao manejo florestal, desenvolvimento de um sistema de controle da atividade madeireira na amazônia, e ainda com o apoio à gestão da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará.
O ProManejo integra o Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais (PPG7), e conta com recursos do KfW (Cooperação Financeira Alemã), DFID (Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Governo Britânico), GTZ (Cooperação Técnica Alemã) e Banco Mundial. Além disso, instituições públicas, privadas e da sociedade civil organizada são parceiras do projeto.
Uma das principais ações da primeira fase do ProManejo, até 2003, foi o apoio à implantação de centros de treinamento em manejo florestal na Amazônia, localizados nas cidades de Sinop (MT), Rio Branco (AC), Itacoatiara (AM) e Paragominas (PA).
O projeto também contribuiu para implantação do Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal (Cenaflor). Com as iniciativas da primeira fase, foram capacitadas 4,6 mil pessoas em temas como aspectos legais, práticas de manejo, operações de transformação, beneficiamento, comercialização de produtos florestais e organização comunitária.
Na segunda fase do ProManejo (2004-2005), o programa tem proporcionado assistência técnica a iniciativas e experiências inovadoras de manejo florestal, apoiado intercâmbios de informações entre grupos comunitários, a estruturação dos centros de treinamento em manejo florestal e programas de treinamento, capacitação e formação em manejo florestal, e promovido e divulgado o manejo das florestas na Amazônia.
Mais informações em
http://promanejo.ibama.gov.br