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Probio financia mapeamento completo da cobertura vegetal dos biomas brasileiros
Uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente permitirá que o Brasil possua, até setembro de 2005, um levantamento detalhado dos remanescentes da cobertura vegetal em cada um de seus seis biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos. O trabalho, inédito, fornecerá instrumentos para formulação de políticas públicas e utilização sustentável da biodiversidade do país.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco, explica que a iniciativa irá apoiar instituições de pesquisa brasileiras, públicas e privadas, que tenham excelência em mapeamento de cobertura vegetal, na realização de um diagnóstico de todo o território brasileiro. "Já existem alguns mapeamentos para a Amazônia e Mata Atlântica, mas os mapas são parciais e utilizam metodologias diferenciadas, dificultando análises comparativas", afirmou o secretário.
Há uma grande diferença, também, em termos de qualidade e quantidade de informações sobre os diferentes biomas. A maior quantidade de dados é sobre a Amazônia e a Mata Atlântica, os únicos com programas permanentes de monitoramento da evolução da cobertura vegetal. O mapeamento encomendado pelo MMA será da totalidade dos biomas e exige a utilização da mesma metodologia por todas as instituições contratadas. Os mapas digitais serão fornecidos pelo MMA e o ano-base é o de 2002.
No total, serão aplicados R$ 2,37 milhões, por intermédio do Probio (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira). As propostas podem ser apresentadas até 16 de junho e os resultados serão divulgados em 02 de julho. O edital está disponível em: www.mma.gov.br.
Distribuição dos recursos
Bioma Valor máximo por projeto
Amazônia R$ 600.000,00
Caatinga R$ 450.000,00
Campos Sulinos R$ 150.000,00
Cerrado R$ 700.000,00
Mata Atlântica R$ 330.000,00
Pantanal R$ 140.000,00
Total R$ 2.370.000,00
Resultados - Os mapas finais serão na escala de 1:250.000 (com recorte das cartas articuladas 1:250.000 do IBGE). Nos mapas finais devem ser inseridas as bases cartográficas de hidrografia principal, divisão política, áreas urbanas, cidades, municípios, malha viária principal e tipologias de vegetação.
O Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, é um dos mais ameaçados do mundo e tem somente 0,85% de sua área em unidades de conservação. Entretanto, as pesquisas atuais não deixam claro qual percentual de sua cobertura original está alterado, seja pela criação de cidades ou aumento de área para a agricultura.
O bioma Mata Atlântica, considerado o mais ameaçado de todos, com apenas 7,3% da sua cobertura original, tem 0,69% de áreas especialmente protegidas. A Caatinga, por sua vez, possui apenas 0,65% de sua área em unidades de conservação. O mapeamento total das áreas remanescentes permitirá melhor identificação de áreas prioritárias para criação de unidades de conservação e, também, apontar utilização diferente da atual para algumas áreas.
Poderão enviar propostas instituições com atuação na área de meio ambiente pertencentes à administração pública federal, direta ou indireta; instituições públicas ou privadas de ensino e pesquisa sem fins lucrativos; fundações não governamentais, fundações de apoio à pesquisa e fundações de apoio à universidades; instituições privadas brasileiras, sem fins lucrativos, identificadas como Organização Não Governamental (ONG) ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que possuam no mínimo vinte e quatro meses de existência legal. Será permitida a formação de parcerias para execução do projeto.