Notícias
Polícia Federal prende falsificadores de ATPFs
A Polícia Federal começou a cumprir ontem dezenas de mandados de prisão contra madeireiros em vários municípios paraenses, por determinação da Justiça, com fundamento em 462 Representações Criminais (Autos de Infração), durante a Operação Feliz Ano Velho, iniciada às quatro horas da madrugada. As representações foram encaminhadas por procuradores do Ibama ao Ministério Publico Federal (MPF), resultando na prisão de oito madeireiros em Belém, Tailândia, Paragominas, Tomé Acu e Moju. Até o final do dia mais 20 madeireiros foram presos.
O crime ambiental ficou configurado em seis meses de auditoria feita pelo Ibama em 180 empresas, constatação de fraude em documentos públicos- beneficiando madeireiros, sonegação de impostos e abate clandestino de árvores da floresta amazônica na Amazônia Oriental, no estado do Pará, justificou Felício Pontes, procurador do MPF. Com as prisões, esclarece Marcílio Monteiro, gerente executivo do Ibama no Pará, começamos a separar o joio do trigo e a valorizar o setor madeireiro que trabalha na legalidade.
Segundo Monteiro, a Operação Belém - auditoria feita pelo Ibama em 2003, constatou que o esquema criminoso abateu ilegalmente três milhões de árvores da floresta amazônica, correspondendo a mais de 45 mil metros cúbicos de madeira, e comercializou de forma ilegal matéria-prima florestal para o mercado interno, oriunda de dezenas de municípios de todas as regiões do Pará. A conexão criminosa envolve os estados do Amapá, Maranhão e Mato Grosso.
De acordo com Daniele Grossenheimer Rodrigues, titular da Delegacia de Crimes Ambientais da Polícia Federal, o motivo das prisões dos madeireiros foi a constatação do esquema criminoso para calçar (adulterar) e falsificar ATPF Autorização de Transporte de Produto Florestal documento do Ibama que controla a exploração florestal no país. Os madeireiros ficarão à disposição da Justiça na Superintendência da Polícia Federal, em Belém.
Os Procuradores da República, Felício Pontes e Ubiratan Cazzeta, asseguram que os madeireiros responderão a inquérito administrativo e ação penal por dilapidar o patrimônio ambiental e fomentar o desmatamento da floresta amazônica e, se condenados, pagarão pelo crime ambiental do calçamento (adulteração) e falsificação de 1.263 Autorizações de Transporte de Produto Florestal (ATPF).