Notícias
Pesquisadores monitoram pela primeira vez o cachorro-vinagre
A partir da captura de três cachorros-vinagre (Speothos venaticus), esta semana, em terras particulares na região de Nova Xavantina, no Mato Grosso, pesquisadores brasileiros irão monitorar pela primeira vez o cachorro-vinagre na natureza. Apesar de estar entre os canídeos mais ameaçados de extinção do país, o modo de vida desse mamífero ainda é um mistério, já que é extremamente difícil de ser capturado e avistado. "Para o bem dos cachorros-vinagre", pondera o biólogo Edson de Souza Lima, um dos responsáveis pelo monitoramento que será feito a partir de agora, os estudos serão feitos com a ajuda de rádio-colares no pescoço dos animais para desvendar aspectos como padrão de movimentos, demografia e outros.
Coordenado pelo especialista em carnívoros da Universidade Estadual de Mato Grosso e membro da Associação Pró-Carnívoros, Júlio Dalponte, o projeto recebeu financiamento de US$ 5 mil da Sociedade Zoológica de Chicago para estudos preliminares durante um ano. "A continuidade da pesquisa com a espécie depende de mais investimentos", disse.
O cachorro-vinagre se distribui nas américas Latina e Central, mas alterações ambientais tornam cada vez mais difícil a sobrevivência da espécie, já que desaparece tão logo ocorra desmatamento. O que se sabe até o momento sobre ele se deve ao trabalho desenvolvido com indivíduos cativos. Como animal de médio porte, um adulto pesa cerca de cinco quilos, tem aproximadamente setenta centímetros de comprimento e vinte e cinco centímetros de altura. Sua cauda é curta. Tem pelos amarelados sobre a cabeça e o restante da pelagem com a cor vinagre, o que lhe confere o nome popular.
Além dele, existem no Brasil outras cinco espécies de canídeos, entre elas, outras duas encontram-se ameaçadas de extinção - o lobo-guará e o cachorro-de-orelha-curta.