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Países devem avaliar risco de substâncias químicas
Dois problemas foram apontados ontem, durante o Terceiro Fórum Intergovernamental de Segurança Química, como principais dificuldades no trabalho de prevenção dos efeitos nocivos das substâncias químicas sobre a saúde humana e o meio ambiente: a falta de dados científicos e de recursos para esta avaliação. A busca de soluções, principalmente para os países em desenvolvimento, foi um dos temas debatidos no Fórum III, em Salvador. Segundo Sérgia Oliveira, coordenadora técnica da delegação brasileira e representante do Ministério do Meio Ambiente, a maioria dos testes é realizada apenas nos países desenvolvidos, e nem sempre pode ser utilizada em outros países, principalmente devido às diferenças de características como clima, solo, fauna ou flora.
O evento, que reúne representantes de 106 países até a próxima sexta-feira, está propondo a parceria entre os governos, organizações governamentais e não-governamentais, para consolidar avanços nas áreas científica e tecnológica, visando a segurança química mundial.
Existem hoje no mercado mais de 100 mil substâncias químicas, mas apenas cerca de 6 mil têm representatividade, seja pelo volume de produção, pelo impacto que causam ao meio ambiente e à saúde humana ou por sua condição estratégica. A avaliação internacional desses produtos ainda é muito reduzida. O que se tem de concreto é apenas uma avaliação do potencial de perigo de aproximadamente 400 substâncias. A análise dos efeitos da exposição de pessoas e ecossistemas a esses produtos ainda não existe.
Uma das metas para os próximos três anos é ampliar e acelerar o processo de avaliação de risco, atingindo mil substâncias até 2004. Seguindo as prioridades de ação do Fórum, os países, agências internacionais e organizações privadas devem se unir para capacitação das instituições e dos profissionais, melhorando a infra-estrutura de gestão das substâncias químicas.