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Países debatem proteção da camada de ozônio
O diretor do Programa de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ruy de Góes, participa a partir desta segunda-feira, da 16ª Conferência das Partes do Protocolo de Montreal (COP16), que está sendo realizado em Praga, na República Checa. O Protocolo de Montreal é um acordo internacional para a redução do uso e eliminação gradual das substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDO).
Um dos assuntos em discussão são os critérios e metodologia para a isenção de uso do brometo de metila.
Os Estado Unidos pretendem continuar usando o produto na lavoura do morango. No Brasil, o produto é usado como inseticida e fungicida, na cultura do fumo, e na para esterilização de alguns produtos importados que devem ser submetidos à quarentena. Os países em desenvolvimento devem abolir o uso do brometo de metila até 2015, e os países industrializados até 2005. "Além da questão ambiental, há também a questão trabalhista, pois o brometo de metila é prejudicial à saúde", afirma Ruy de Góes.
O Brasil tem interesse, ainda, na renegociação de recursos para os programas de eliminação de CFCs(Clorofuorcabonos). O protocolo estabelece que os países desenvolvidos devem financiar a troca de equipamentos industriais dos países em desenvolvimento para eliminar o uso de CFCs. As principais SDO são os CFCs, o brometo de metila e os halons, agentes usados em extintores de incêndio. No Brasil, o consumo de CFCs está baixando vigorosamente.
Apesar das emissões de CFCs terem declinado, as concentrações estão crescendo (apesar de estarem declinando na parte inferior da atmosfera) porque os CFCs de longa-vida emitidos anos atrás continuam a aumentar na estratosfera. Os cientistas preveêm que a destruição da Camada de Ozônio alcançará o seu pior ponto durante os próximos anos e começará sua recuperação gradualmente, retornando ao normal perto do ano 2050, desde que as metas do Protocolo de Montreal sejam completamente atingidas.
Sem o Protocolo, os prognósticos são de que, em 2050, a destruição da Camada de Ozônio teria crescido pelo menos 50% no hemisfério norte e 70% no hemisfério sul, cerca de 10 vezes pior que os níveis atuais. O resultado seria o dobro de radiação Ultravioleta B (UV-B) alcançando a Terra no hemisfério norte e o quádruplo no sul. A quantidade de SDO na atmosfera seria 5 vezes maior. A implicação disso seria desastrosa: 19 milhões a mais de casos de câncer não-melanoma, 1,5 milhão de casos de câncer melanoma e 130 milhões a mais de casos de catarata.