Notícias
Os países emergentes e a sustentabilidade
Sophia Gebrim
Os países emergentes têm um papel estratégico na promoção do desenvolvimento sustentável global. Para discutir as oportunidades e desafios relacionados ao tema, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, a ex-ministra da Noruega e coordenadora do Relatório Nossa Futuro Comum Gro Brundtland e o economista e professor da Universidade de Harvard Dani Rodrick participaram de painel, que teve como moderador o jornalista William Waack. O debate faz parte da agenda do Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, que se realiza quinta e sexta-feira (14 e 15/06), no Hotel Sofitel Copacabana, Rio de Janeiro
A ministra Izabella Teixeira salientou que, para a construção da agenda ambiental com os países emergentes, a transparência é um requisito essencial. "Isso significa discussões não para pedir ao governo tal e tal coisa, mas para mostrar um programa de médio e longo prazos para a transformação do que podemos fazer em busca pela sustentabilidade", explicou. Para ela, a solução que os emergentes buscam para a as questões ambientais deve ser pensada regionalmente para ser refletida globalmente. "Por isso que insisto na tese do desafio da governança global e que alguns aspectos deverão ser pactuados globalmente em torno de padrões de competitividade comum, iniciativas que sejam includentes e não excludentes", acrescentou.
URGÊNCIA
A ex-ministra da Noruega Gro Brundtland disse que a comunidade internacional tem urgência em acelerar o ritmo das discussões sobre sustentabilidade nos países emergentes. "Muitas decisões tomadas irão gerar resultado a médio e longo prazos e o mundo não pode esperar tanto tempo assim", sintetizou. No contexto do encontro com o setor das indústrias brasileiras, Gro destacou que "o compromisso que vemos aqui, com essas instituições envolvidas em parceria, faz toda a diferença".
Ela mostrou, ainda, a preocupação com milhões e milhões de pessoas que ainda não tem acesso, em algumas regiões do mundo, aos serviços de energia e saúde pública. "Enquanto falta serviço básico para muitos, outros têm apetite insaciável por combustíveis fósseis, madeira e energia, sem a preocupação com o crescimento dos problemas ambientais que isso gera". lamentou. Dessa forma, estilo de vida não sustentável, crescimento econômico desordenado e recursos poucos eficientes foram apontados pela norueguesa como desafios para os países emergentes na busca pela sustentabilidade.
Conhecido como um dos acadêmicos mais respeitados no debate sobre a globalização, o economista Dani Rodrick reforçou a ideia de que a inovação é o caminho para a busca da sustentabilidade, principalmente nas nações emergentes. "Todo o mundo está buscando novas tecnologias para se adequar ao atual modelo ambiental que é referência no planeta". Para o professor, um desafio para os emergentes é mudar a estrutura para, servir não somente os objetivos econômicos, mas também ambientais e sociais.