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Oficina avalia o avanço da soja na área da BR-163
Representantes do setor produtivo, ONGs, universidades, agências de desenvolvimento, governos estaduais e governo federal participaram de uma oficina organizada pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre a questão da soja na área de influência da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163). O objetivo foi discutir e propor um projeto de avaliação e planejamento integrados no contexto do Plano Amazônia Sustentável (PAS), que tenha como foco a expansão do setor soja na região a partir da pavimentação do restante da rodovia.
Durante o encontro foi apresentado o Plano BR-163 Sustentável, elaborado por um grupo de trabalho formado por 14 ministérios, sob coordenação da Casa Civil da Presidência da República. Os participantes discutiram implicações econômicas, como a influência do mercado externo na ampliação do plantio de soja e o barateamento dos custos com a pavimentação da rodovia.
Entre as questões sociais abordadas estão a redução de comunidades de agricultores familiares, aumento da migração para centros urbanos e áreas de abertura de fronteira agrícola. Uma das questões ambientais mais discutidas foi a necessidade de recuperação de áreas degradadas e a identificação apropriada de áreas passíveis para agricultura.
Segundo Shigeo Shiki, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, a grande vantagem do processo é a obtenção de visões setoriais distintas, ampliando as abordagens do problema e possibilitando melhor avaliação das propostas e um planejamento participativo. "As propostas terão legitimidade social", disse Shiki.
A BR-163 tem 1.765 km, cerca de 800 km asfaltados, e atravessa uma das áreas mais importantes da Amazônia em potencial econômico, diversidade social, biológica e riquezas naturais. Na região são encontrados os biomas do Cerrado e da Floresta Amazônica e três bacias hidrográficas (Teles Pires/Tapajós, Xingu e Amazonas). A área tem riquezas naturais abundantes, das quais dependem populações tradicionais, urbanas, agricultores familiares e mais de 30 povos indígenas. Abriga, também, em especial no Centro-Norte do Mato Grosso, um dos pólos agrícolas mais produtivos do país, com destaque para a produção de soja.