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Brasil tem mais três sítios Ramsar
WALESKA BARBOSA
A proteção às áreas úmidas brasileiras ganhou reforço. Apenas no mês de setembro três unidades de conservação que abrangem municípios dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul foram designadas como Sítios Ramsar. Com elas, o Brasil passa a ter 22 áreas úmidas com o título.
A Área de Proteção Ambiental (APA) Cananéia-Iguape-Peruíbe, em São Paulo, uma parcela significativa da APA de Guaratuba, no Paraná, e o Parque Nacional de Ilha Grande, no Paraná e Mato Grosso do Sul, receberam a designação internacional de Sítio Ramsar.
Ser reconhecido como Sítio Ramsar confere aos ambientes úmidos maior visibilidade e acesso a benefícios financeiros ou relacionados à assessoria técnica para ações de conservação e uso racional.
Para o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro de Oliveira Costa, o reconhecimento como Sítio Ramsar valoriza e colabora com a melhor conservação dos tesouros ambientais brasileiros.
O título confere ainda prioridade na implementação de políticas governamentais e reconhecimento público, tanto por parte da sociedade como por parte da comunidade internacional.
Os Sítios Ramsar são o principal instrumento adotado pela Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, conhecida como Convenção Ramsar, para implementar seus objetivos. Entre eles estabelecer marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional das áreas, de acordo com o reconhecimento da sua importância ecológica e dos seus valores social, econômico, cultural, científico e recreativo.
SÍTIO RAMSAR CANANÉIA-IGUAPÉ-PERUÍBE
A APA Cananéia-Iguape-Peruíbe (APA CIP) foi criada pelo Decreto 90.347/1984, declarando área de proteção ambiental regiões situadas nos municípios de Cananéia, Iguape, Peruíbe, Itariri e Miracatu e Ilha Comprida, no Estado de São Paulo.
A região apresenta manguezais, restingas, estuários, rios, lagoas, planícies costeiras, cachoeiras e ilhas costeiras e marinhas, além de outros ecossistemas costeiros e marinhos. Está inserida e integra um importante contínuo de Mata Atlântica e ecossistemas associados, na biorregião da Serra do Mar, com grande presença de manguezais e remanescente importante do bioma.
Os manguezais da APA CIP são de vital importância para região, sendo base econômica e social da região estuarino-lagunar, classificada como Zona de Vida Silvestre da área de proteção ambiental Cananeia-Iguape-Peruíbe, cuja preservação deve ser assegurada pela APA.
A área possui restrições com relação à implantação de atividades antrópicas que possam desencadear alterações das condições ecológicas locais, especialmente na zona de vida silvestre, com extinção das espécies, dentre estas o papagaio-de-cara-roxa, a onça-pintada, o jacaré-de-papo-amarelo e peixes como o cação, a manjuba, a tainha e o boto.
SÍTIO RAMSAR GUARATUBA
O Sítio Ramsar Guaratuba, localizado no município com mesmo nome, possui cerca de 40 mil hectares e está localizado na APA de Guaratuba, criada pelo Decreto Estadual 1.234, de 27 de março de 1992.
A região apresenta um potencial particular para o turismo, com suas serras com campos de altitude, rios, cachoeiras, represas, baía, planícies costeiras, manguezais e sítios arqueológicos.
A fauna do Sítio apresenta grande diversidade, como a lontra, a paca, o ouriço, entre outros. Entre as aves está o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris), espécie descoberta em 1995, que ocorre em apenas algumas populações isoladas entre os litorais dos estados do Paraná e do norte do Rio Grande do Sul.
SÍTIO RAMSAR PARQUE NACIONAL DA ILHA GRANDE
O Parque Nacional da Ilha Grande está localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, na divisa dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul sobre o arquipélago fluvial de Ilha Grande. Abrange nove municípios: Guaíra, Altônia, São Jorge do Patrocínio, Alto Paraíso e Icaraíma, no estado do Paraná e Mundo Novo, Eldorado, Itaquirai e Naviraí, no Mato Grosso do Sul.
Possui mais de 78 mil hectares inseridos no complexo ecossistema que integra o Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná. Foi criado pelo Decreto s/nº de 30 de setembro de 1997.
A região é caracterizada pela existência de sítios históricos e arqueológicos. Configura-se no último trecho livre de represamento do Rio Paraná e apresenta um cenário dominado por lagos, lagoas e cerca de 300 ilhas e ilhotas, com rica biodiversidade.
O relevo é plano e a vegetação, rasteira, com a presença de figueiras, ingás e paus-d’alho.
Na fauna destacam-se aves como o colhereiro, o mutume e o jaburu, mamíferos como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e a anta, e répteis como o ameaçado jacaré-do-papo-amarelo. Além disso, suas águas estão repletas de peixes, como o jaú, dourado e pacu.
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