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Ministro acompanha combate ao fogo no MA
ELIANA LUCENA (texto) e PAULO DE ARAÚJO (fotos)
Enviados especiais à Terra Indígena de Porquinhos (MA)
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, inspecionou nesta quinta-feira (28/09), os trabalhos de combate ao fogo na Terra Indígena de Porquinhos, no Maranhão, onde vivem mais de 900 índios da etnia Canela. Os focos mais extensos foram debelados nos últimos dias, porém, o clima seco e o calor ameaçam com novos incêndios.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no mês de setembro foram registrados mais de 14 mil focos de incêndio no Maranhão. As queimadas já destruíram plantações e parte da vegetação nativa nas reservas. Cerca de 300 brigadistas estão espalhados nos municípios de Amarante, Barra do Corda e Grajaú.
RECURSOS
Acompanhado da presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, e do chefe do Prevfogo, Gabriel Zacharias, o ministro sobrevoou as áreas atingidas. Em reunião com os brigadistas, Sarney Filho anunciou a destinação de recursos para reforçar o trabalho do Prevfogo nas unidades de conservação e em áreas indígenas.
Segundo ele, apesar do corte orçamentário sofrido pelo Ministério, foi possível garantir recursos para o Ibama, tanto para fiscalização como para o trabalho do Prevfogo. “Estamos usando recursos do Fundo Amazônia e, assim, foi possível aumentar as ações de comando e de controle, além de outras iniciativas de proteção das reservas”, afirmou, citando que dados preliminares do Imazon indicam que os índices de desmatamento diminuíram 21% no período entre 2016 e 2017.
Sarney Filho disse ainda que ficou impressionando com o número de queimadas entre a cidade de Imperatriz e a área de Porquinhos. “As mudanças climáticas estão causando secas prolongadas e os desmatamentos agravam o calor”, alertou.
COMBATE
Antes de viajar para a área indígena, o ministro esteve reunido com o comando central do Prevfogo, na cidade de Grajaú, de onde o combate ao fogo em três áreas indígenas está sendo monitorado. Brigadistas, especialistas do Prevfogo, inclusive com o apoio de indígenas, realizam o trabalho. A previsão é que as equipes permaneçam nas áreas até a chegada das chuvas.
O chefe de comando de operações no estado, Kurtis François Teixeira Baeta, informou que em Porquinhos, 38 índios trabalham com as brigadas, 12 deles contratados e os demais como voluntários, e a ideia é engajar cada vez mais as comunidades na realização desse trabalho.
Embora os incêndios na reserva de Porquinho preocupem, o chefe da operação no local, Josiah Villa Nova, afirmou que o uso de queimada controlada tem diminuído os incêndios, não somente no Maranhão, mas em outros estados. A queima controlada de áreas de risco é feita ao longo do ano.
Os Canela receberam o ministro com danças e fizeram pedidos. O cacique José Aroeira informou que eles querem que o governo os ajude a construir casas de alvenaria. “Os desmatamentos em torno da reserva dificultam a construção de casas típicas, além de interferir na caça e no clima. Além disso, não há mais palha suficiente para a construção e reforma de moradias”, destacou ele.
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