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País avança nas metas para camada de ozônio
LUCAS TOLENTINO
O Brasil antecipou resultados na proteção da área da atmosfera responsável por filtrar os raios solares associados a doenças como o câncer de pele. O anúncio ocorreu nesta sexta-feira (15/09), em Brasília, no evento de comemoração do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, celebrado mundialmente em 16 de setembro. A data marca os 30 anos do Protocolo de Montreal, acordo que controla a emissão de substâncias destruidoras do ozônio.
Os avanços foram registrados na diminuição do consumo de compostos nocivos encontrados nos setores de refrigeração e espumas, os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). A meta para os países em desenvolvimento é reduzir 35% do consumo em 2020. Hoje, três anos antes, o Brasil já cortou 34%. “Podemos dizer que estamos muito perto, antecipando-nos ao atingimento dessa meta”, explicou o secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero.
A indústria e a sociedade despenham papel central na eliminação dos HCFCs e na substituição por alternativas ambientalmente adequadas. “O sucesso só é possível pelo excelente nível de cooperação entre os setores envolvidos”, afirmou Lucero. Diante disso, empresas do segmento de manufatura de espumas receberam, no evento, placas de reconhecimento pela participação nas ações de eliminação dos hidroclorofluorcabonos (HCFCs).
CLIMA
Organizado pelo MMA, o evento incluiu avaliações dos 30 anos do Protocolo de Montreal. A aprovação de uma emenda em 2016 foi apontada como avanço para o enfrentamento à mudança do clima. Com o dispositivo, o Protocolo passou a controlar, também, os hidrofluorcarbonos (HFCs), que afetam o sistema climático global. “É um exemplo de como o Protocolo sabe se adaptar à evolução da ciência”, observou o diretor para Sustentabilidade Ambiental do Ministério das Relações Exteriores, ministro Reinaldo Salgado.
O sistema de transporte público em várias partes do país veiculará campanhas de conscientização como parte das comemorações. Os metrôs de São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre e os trens urbanos de João Pessoa, Maceió, Natal e Recife divulgarão as ações de implementação do Protocolo no Brasil e no mundo. Os carros e estações serão adesivados com informações sobre as ações para a eliminação das substância destruidoras do ozônio.
Além do MMA e do MRE, o evento contou com a participação de representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ).
O PROTOCOLO
A camada de ozônio protege a vida na Terra contra radiações ultravioletas, associadas ao câncer de pele, envelhecimento precoce, supressão do sistema imunológico e danos à fauna e à flora. Em vigor desde 1987, o Protocolo de Montreal tem, hoje, a adesão de 197 países que trabalham para eliminar gradativamente substâncias nocivas ao ozônio. Entre elas, estão os clorofluorcarbonos (CFCs), antes encontrados em geladeiras, e os HCFCs.
O Brasil aderiu ao Protocolo em 1990 e, em 2010, zerou o consumo dos CFCs. Embora tenham menor potencial de destruição da camada de ozônio, os HCFCs também devem ser substituídos na indústria por outros compostos químicos. O objetivo é concluir o banimento até 2040. Além dos equipamentos de refrigeração e ar condicionado, os HCFCs são usados em espumas como as de colchões, estofados e volantes de carro.
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