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Ecoturismo será permitido em Alcatrazes
LUCAS TOLENTINO (texto) e GILBERTO SOARES (fotos)
Enviados especiais a São Sebastião
Turistas poderão fazer mergulhos e avistar o Arquipélago de Alcatrazes, a 35km da costa no norte de São Paulo. Os ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e da Defesa, Raul Jungmann, participaram nesta quarta-feira (13/09), em São Sebastião (SP), da assinatura da portaria que autoriza a visitação no local. O evento marcou o aniversário de um ano da transformação do conjunto de ilhas em unidade de conservação na categoria de Refúgio da Vida Silvestre.
Com grande potencial turístico, o Arquipélago de Alcatrazes guarda ambientes naturais únicos no mundo que continuarão a ser preservados. A portaria permitirá mergulhos e visitação apenas de dentro das embarcações em áreas definidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As empresas interessadas em fornecer os serviços precisarão atender aos critérios e fazer um cadastro que será analisado pelo ICMBio.
A conservação da biodiversidade local foi apontada por Sarney Filho como prioridade para a região. “Essa unidade de conservação é um patrimônio do povo brasileiro”, defendeu. O ministro destacou que o plano de manejo do Refúgio, já concluído, garante que o ecossistema permaneça intocado. “A criação do Refúgio de Alcatrazes selou esse compromisso com o bioma marinho”, acrescentou Sarney Filho.
As ações na região também impulsionarão a liderança brasileira na proteção dos oceanos. Para Sarney Filho, a medida contribuirá para a promoção da Iniciativa Azul do Brasil, lançada no início do mês, em congresso internacional no Chile, para captação de recursos para a gestão de unidades de conservação marinhas. “Alcatrazes é um marco nessa agenda”, declarou.
VERÃO
A expectativa é que as atividades de ecoturismo no Arquipélago de Alcatrazes já possam ser oferecidas no próximo ano. “Estamos trabalhando para que a região comece a receber visitação agora, nesta temporada de verão, com a abertura de 10 pontos de mergulho”, adiantou o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski. Um acordo de cooperação assinado com a organização SOS Mata Atlântica também nesta quarta-feira (13/09) oferecerá apoio à gestão local.
Situado em alto mar, o Arquipélago também tem a Marinha do Brasil como aliada na conservação ambiental. O ministro da Defesa destacou que a presença dos militares impediu a degradação e a pesca predatória na área. “É uma convergência que se dá antes mesmo da assinatura da portaria, de unir soberania, defesa nacional e meio ambiente”, declarou Raul Jungmann. “Nossas responsabilidades nacionais, hoje, são globais.”
O ARQUIPÉLAGO
Baliza da navegação desde a chegada dos portugueses à costa brasileira, o Arquipélago de Alcatrazes fica a cerca de 35km do litoral norte de São Paulo. A ilha principal de Alcatrazes se eleva a quase 300 metros acima do nível do mar e, há mais de dois anos, deixou de ser alvo de tiro de aferimento de canhões de navios da Marinha do Brasil. A demanda por visitação ao Arquipélago de Alcatrazes, no entanto, ocorre desde a década de 1990.
O Refúgio da Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes foi criado em 2 de agosto de 2016 e é gerido de forma unificada com a Estação Ecológica Tupinambás. Nas duas unidades, foram registradas 1,3 mil espécies, das quais 93 sofrem algum grau de ameaça de extinção. O Arquipélago abriga, ainda, espécies endêmicas e possui a fauna recifal mais conservada e biodiversa do Sudeste e Sul do Brasil, além de ser uma área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro.
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