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Ministro acompanha ações de combate ao fogo
LETÍCIA VERDI (texto) e GILBERTO SOARES (fotos)
“Vocês são os verdadeiros heróis da natureza. As futuras gerações, muitos que não nasceram ainda, haverão de agradecer por esse trabalho”. Com essas palavras, na tarde desta quinta-feira (31/08), o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, agradeceu aos funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), brigadistas, voluntários e ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) pelo empenho no combate ao fogo que se alastra pela parte oeste do Parque Nacional de Brasília, desde domingo (27/08).
Após fazer um sobrevoo no helicóptero do CBM-DF, ao lado do coordenador nacional de Prevenção a Incêndios Florestais do ICMBio, Christian Niel Berlinck, Sarney Filho afirmou que a visita ao parque na capital federal simboliza a mobilização do Ministério do Meio Ambiente no combate aos incêndios florestais em todas as unidades de conservação federais.
“No ano passado, batemos alguns recordes negativos em número de focos de queimadas, então fizemos um planejamento para este ano. A situação climática é pior, mas a situação dos órgãos federais é melhor. Acredito que, por isso, vamos conseguir diminuir o número de focos de queimadas e vamos poder combater com mais eficácia”, disse o ministro.
FOCOS
Os dois incêndios no Parque Nacional de Brasília queimaram, até o momento, 4,7 mil hectares de Cerrado, o equivalente a quase 10% da unidade de conservação. O tempo seco e o vento forte contribuem para espalhar as chamas.
O primeiro foco ocorreu na parte sul do parque, vizinha ao povoamento que se desenvolveu no entorno da Estrutural (DF). Esse fogo foi combatido ontem (30/08) e destruiu 900 hectares. Já o maior incêndio, ainda ativo, está localizado na parte oeste do parque, que coincide com a Chapada Imperial. Até a tarde desta quinta-feira, eram 3,8 mil hectares afetados nessa região. A previsão do ICMBio é que o incêndio termine até sábado.
A Chapada Imperial é uma das áreas incorporadas ao Parque Nacional de Brasília por Decerto Federal em 2006, formada por fazendas, chácaras e invasões. Nessa região, conhecida como área II ou área nova, os conflitos fundiários ainda não estão resolvidos. O ICMBio encontra dificuldades, até de acesso, para realizar a gestão. Por isso, explicou o gerente de Fogo do Parque Nacional de Brasília e da Reserva Biológica Contagem, Manoel Eurípedes, o incêndio ali se alastra tão rapidamente e as suspeitas são de que seja criminoso.
Na área “antiga”, que existe desde 1961, foram feitos 142 quilômetros de aceiros, com 50 metros de largura, para conter a expansão do fogo. “Foram 90 dias de trabalho, de domingo a domingo, com 18 pessoas em campo”, contou Manoel Eurípedes. Com a incorporação da área norte em 2006, o parque conta atualmente com 42.389 hectares.
PREVENÇÃO
De acordo com Berlinck, o percentual de área atingida por incêndios em unidades de conservação em todo o Brasil neste mês esteve 50% abaixo da média histórica do período desde 2010. Segundo ele, essa redução se deve à prevenção, por meio de aceiros, às brigadas contratadas para o período da seca (julho a setembro) e às ações de educação ambiental com as comunidades locais. Em todo o Brasil, já foram feitos 2,5 mil quilômetros de aceiros dentro das UCs.
No Parque Nacional de Brasília não havia um incêndio desse porte desde 2006. A parceria com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, parte da ação integrada de combate ao fogo no parque nacional, disponibilizou 50 viaturas, dois aviões airtrack (que jogam água) e dois helicópteros. A organização não governamental Grupo Ambientalista do Torto (GAT) também colabora na ação, com voluntários em campo. No total, estão mobilizados mais de 100 homens, entre ICMBio, Prevfogo do Ibama, Corpo de Bombeiros, Exército brasileiro e voluntários.
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