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Número de onças-pintadas cresce no Iguaçu
LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Foz do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, alcançou expressivos resultados na recuperação da biodiversidade local. Em visita à região conhecida mundialmente por abrigar as Cataratas do Iguaçu, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou nesta quarta-feira (07/06) o aumento das populações de onças-pintadas tanto no lado brasileiro como no lado argentino da unidade de conservação. O resultado decorre de projetos do governo federal para repovoamento da espécie.
O número de indivíduos registrados no Parque em 2016 é quase 70% maior que o de 2010. Sarney Filho explicou que o crescimento indica avanços para toda a biodiversidade da região. “A onça-pintada está no topo da cadeia e o aumento na população serve como termômetro para medir a eficiência do Parque em manter seus serviços ecossistêmicos”, afirmou. O ministro acrescentou que novos investimentos devem ser realizados na região. “Já estamos verificando novas trilhas e novas ações”, adiantou.
Ao todo, 1,6 milhão de pessoas visitaram o Parque Nacional do Iguaçu no ano passado. O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, destacou que as parcerias trouxeram melhorias para a unidade. “Antes, tínhamos menos visitantes e mais impactos no Parque. Agora, são mais serviços e menores impactos que resultaram, por exemplo, no aumento das populações das onças-pintadas”, explicou. Segundo ele, o plano de manejo da unidade está em atualização e permitirá novas melhorias para a unidade.
VIDA SELVAGEM
O repovoamento é resultado dos avanços do projeto Carnívoros do Iguaçu. A medida surgiu nos anos 1990 por iniciativa do pesquisador e analista aposentado do ICMBio Peter Crawshaw Jr., que constatou o declínio da população local de onças-pintadas. Na cerimônia, Peter, Sarney Filho, Soavinski e outros envolvidos com a agenda foram homenageados. “As articulações são necessárias para fazer frente às pressões contra a vida selvagem”, afirmou o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Ivan Carlos Baptiston.
O Parque abriga a maior e mais meridional população da espécie no Brasil, conhecida como o maior felino das Américas e, atualmente, ameaçada de extinção. O projeto Carnívoros do Iguaçu foi retomado em 2009, com apoio do Centro Nacional de Conservação e Mamíferos Carnívoros (Cenap), em parceria inédita entre instituições públicas e privadas que possuem concessão para exploração turística do Parque.
Em 2010, um acordo de cooperação internacional com a Argentina incrementou a iniciativa. Uma nova estrutura de atendimento a pessoas com necessidades especiais também foi aberta para os visitantes da unidade. A visita marcou, ainda, a inauguração do sistema de transporte por ônibus híbridos (elétrico e biodiesel), usados pelos frequentadores para locomoção entre as diversas atrações do Parque.
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