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Começa segmento de alto nível da COP 22
LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Marrakech
A 22ª Conferência das Partes (COP 22) sobre mudança do clima entrou nesta terça-feira (15/11) na reta final em Marrakech, no Marrocos. Chefe da delegação brasileira, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, representou o país na cerimônia de abertura do Segmento de Alto Nível da Cúpula. A reunião vai até a próxima sexta-feira (18/11) e tem como um dos principais objetivos a regulamentação do Acordo de Paris, um pacto global para conter o aumento da temperatura média do planeta.
Em Marrakech ao longo desta semana para acompanhar as negociações, Sarney Filho cumpre agenda com diversos setores ligados à questão ambiental. Nesta terça-feira, ele participou de reunião com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e com parlamentares brasileiros e europeus para discutir assuntos como agricultura de baixo carbono, políticas florestais e energias renováveis. Sarney Filho destacou que o Brasil tem concentrado esforços em áreas como combate ao desmatamento.
AÇÕES
A abertura do Segmento de Alto Nível da COP 22 marca um novo momento nas negociações climáticas. O secretário-geral da Organização das Nações Undias, Ban Ki-moon, comemorou a entrada em vigor do Acordo de Paris e destacou que, a partir de agora, os trabalhos têm de se direcionar para a meta de limitar o aumento da temperatura a até 1.5ºC. “Agora precisamos traduzir essas palavras em ações concretas nas áreas de clima e resiliência”, declarou.
Entre as prioridades, está a definição de medidas para as regiões mais afetadas pela mudança do clima, como o continente africano e as pequenas ilhas. A secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Patricia Espinosa, ressaltou o engajamento da comunidade internacional com o assunto. “Toda essa liderança é mais necessária agora do que nunca, especialmente em relação às populações mais vulneráveis”, delcarou.
ESPAÇO BRASIL
O pioneirismo brasileiro na agenda ambiental está sendo divulgado em um espaço montado pelo governo federal na COP 22. A programação desta terça-feira incluiu debates com o setor econômico e a sociedade civil sobre conservação florestal, adaptação à mudança do clima e a implantação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil – meta nacional apresentada pelo país no ano passado no contexto do Acordo de Paris.
Até o fim da Conferência, haverá ainda eventos sobre temas como recursos hídricos, fontes renováveis, restauração florestal e Cooperação Sul-Sul na região amazônica. O Espaço Brasil na COP 22 é uma iniciativa do MMA em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Agência Nacional de Águas (ANA).
A COP 22
Reunidos em Marrakech até o dia 18, representantes de mais de 190 países negociam os detalhes do pacto em que se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para evitar o aquecimento do planeta. No ano passado, quando concluíram o Acordo de Paris, eles concordaram em agir para combater a mudança do clima. Agora, a partir da COP 22, é a hora de regulamentar esse Acordo.
O objetivo principal do pacto é manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. O Acordo de Paris prevê, ainda, um financiamento coletivo para a implementação dessas ações e a revisão periódica das metas de cada país.
Até o momento, 110 países já transformaram as metas assumidas internacionalmente em leis nacionais. O Brasil foi um dos primeiros a fazer essa ratificação nacional, após aprovação em tempo recorde pelo Legislativo. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira é reduzir 37% das emissões de carbono até 2025, com indicativo de chegar ao corte de 43% em 2030.