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Documentário retrata Parque de Abrolhos
ELIANA LUCENA
O documentário “Banco dos Abrolhos: Maior complexo Coralíneo do Atlântico Sul” foi apresentado, nesta quinta-feira (20/10) ao ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O trabalho, realizado pela Rede Abrolhos alerta para os impactos enfrentados pelo Parque Nacional Marinho de Abrolhos e áreas adjacentes e reforça a proposta de ampliação da área protegida.
A apresentação, seguida de debates, foi aberta pelo presidente do Jardim Botânico, Sérgio Bersseman Vianna, que citou o arquipélago “como símbolo da vulnerabilidade dos corais diante das mudanças do clima”.
O ministro do Meio Ambiente lembrou que os recifes coralíneos são os ecossistemas mais ameaçados do Planeta e anunciou que apoia o prosseguimento dos estudos para a ampliação do Parque. “O aumento da poluição, da sobrepesca, da ocupação humana e da exploração petrolífera tem pressionado e ameaçado o bem estar do ambiente marinho. Por este motivo, as ações voltadas para o mar são prioridade no ministério”, assegurou Sarney Filho.
SANTUÁRIO
Entre as iniciativas de sua gestão, ele citou a concretização “de um grande sonho dos ambientalistas” que foi a criação do Refúgio de Vida Silvestre Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo. “'Em outra frente, estamos lutando para a criação do Santuário de Baleias do Atlântica Sul, proposta que será votada na próxima semana, na Eslovênia, para onde estarei viajando nesta sexta-feira (21)”, informou.
O ministro elogiou o trabalho realizado pela Rede Abrolhos nos últimos 15 anos, afirmando que o mapeamento de habitats revelou a grande heterogeneidade de fisionomias na plataforma continental do Banco de Abrolhos, antes desconhecida.
O biólogo Gilberto Menezes Amado Filho, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que coordenou os estudos sobre os impactos sofridos por Abrolhos abordados no documentário, disse que esta foi a primeira vez que os pesquisadores puderam medir o crescimento de recifes coralinos no Atlântico Sul. Estas informações, agora, vão servir de base para estudos sobre os efeitos das Mudanças Climáticas sobre a região.
Homenagem
Durante os debates, o novo presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBIO), Ricardo Soavinski, homenageou o ex-presidente do Instituto, falecido no dia 10 de outubro. “Rômulo foi um grande incentivador dos trabalhos em Abrolhos e agora iremos retomar os projetos que ele estava tocando de proteção e estímulo às Unidades de Conversação”, afirmou Soavinski. Representantes da Conservação Internacional e pesquisadores também elogiaram o trabalho de Rômulo Mello.
O secretário de Biodiversidade e Florestas, José Pedro de Oliveira, reforçou que o ministro Sarney Filho em sua gestão anterior no MMA, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, já priorizava os projetos em áreas marítimas. “Precisamos agora lutar para ampliar o Parque, um processo que exigirá grande esforço e entrosamento dos segmentos envolvidos, como o estado da Bahia”, afirmou José Pedro. “O ministro é sensível a esta ideia que está em fase de estudos”.
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