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Brasil e Coreia do Sul avaliam parceria
MARTA MORAES
Os ministérios do Meio Ambiente do Brasil e da Coreia do Sul apresentaram nesta terça-feira (16/08), em Brasília, os resultados da primeira etapa do acordo de cooperação bilateral estabelecido em agosto de 2015. A parceria busca soluções compartilhadas de conservação e gestão ambiental.
Segundo o secretário de Recurso Hídricos do MMA, Ricardo Soavinski, o encontro reafirma o interesse da pasta em manter e aprofundar a cooperação. “Esperamos que, com o acordo, os dois países possam avançar na questão de tratamento de resíduos sólidos”, destacou.
A partir da assinatura do acordo, foi desenvolvido o projeto “Estabelecimento de um Plano para o Aperfeiçoamento da Gestão de Resíduos Sólidos do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Região do Circuito das Águas (Cisbra), São Paulo, Brasil”, no valor de 600 mil dólares (R$ 1,914 milhão).
Com duração de 12 meses, o projeto promoveu o intercâmbio sobre o desenvolvimento de políticas, sistemas e tecnologias ambientais. A coordenação da execução do projeto ficou a cargo da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA e do Instituto de Tecnologia e Indústria Ambiental da República da Coreia (Keiti).
CONSÓRCIO
Para a realização das atividades, o MMA selecionou, por meio de processo seletivo e de acordo com a legislação nacional, o Cisbra para ser beneficiário do projeto. Esse Consórcio Intermunicipal atua na gestão de resíduos sólidos.
O secretário-executivo do MMA, Marcelo Cruz, afirmou que o acordo tem foco nos municípios, parceiros estratégicos e prioritários da gestão do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. “Com os resultados do projeto nos municípios que integram o consórcio, esperamos estender ações para outros municípios do Brasil, visando uma política ambiental adequada de resíduos sólidos”, explicou.
Localizado no estado de São Paulo, o consórcio é formado por municípios de pequeno porte: Amparo, Águas de Lindóia, Itapira, Lindóia, Monte Alegre do Sul, Morungaba, Pinhalzinho, Pedra Bela, Santo Antônio de Posse, Serra Negra, Socorro e Tuiuti. Entre as atividades realizadas nesse primeiro ano do acordo, estão investigações de campo na região contemplada, visitas técnicas nos dois países, estudos e seminários.
LIDERANÇAS
Para o embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Lee Jeong-Gwan, o acordo representa não apenas o fortalecimento das relações bilaterais, mas também o esforço conjunto para a conservação ambiental. “Na Coreia, dizemos que meio caminho andado já é um bom caminho. O mais importante é conscientizar os habitantes sobre o papel que possuem na gestão dos resíduos sólidos”, afirmou Lee, destacando o papel estratégico da educação ambiental.
O diretor-geral do Ministério do Meio Ambiente da Coreia do Sul, Park Kwang-Suk, enfatizou que cada país tem suas características e seus problemas, mas que Brasil e Coreia possuem o mesmo compromisso com o meio ambiente. “O Brasil é uma liderança nas questões ambientais. A Coreia possui a maior área de aterro sanitário do mundo e é pioneira em utilizar resíduos sólidos para transformar em energia”, afirmou.
O aterro coreano, segundo Park, busca novas abordagens de tratamento de resíduos sólidos para o Brasil. “O cuidado com o meio ambiente não é um problema de um país só. É preciso que todos compartilhem pesquisas e alternativas. Espero que esse acordo seja útil para os dois países e para o mundo”, explicou Park.