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Sociedade civil é incluída na agenda climática
Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Paris - Editor: Marco Moreira
O Brasil recebeu as demandas da sociedade civil para o novo acordo climático. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniu-se nesta sexta-feira (04/12), em Paris, com representantes de organizações não governamentais nacionais e internacionais para discutir pontos defendidos pelo setor. Até a próxima semana, 190 países estarão na capital francesa para estabelecer um novo pacto para frear o aquecimento global.
O futuro acordo internacional está em pauta na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Os países signatários negociam os termos do protocolo que tentará reduzir a liberação de carbono a partir de 2020. As metas individuais de cada nação já foram apresentadas. Juntas, elas devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura média global em até 2ºC.
CONSENSO
Chegar a umconsenso quanto aos detalhes do acordo, no entanto, é o desafio que o mundo se propõe a solucionar em Paris. Na reunião com a sociedade civil nacional e internacional, foram ressaltados o sucesso das ações brasileiras feitas até agora e a ambição das novas metas anunciadas pelo País. “O texto ainda está muito pulverizado”, analisou a ministra Izabella Teixeira. “Não se pode perder a visão global do acordo.”
Realizada na Embaixada do Brasil na França, a reunião contou com a participação de representantes de organizações como Observatório do Clima, Greenpeace, Instituto Social Ambiental (ISA) e Engajamundo. Temas como licenciamento ambiental, mecanismos de financiamento e meios de implantação foram abordados no encontro. “A transparência é essencial para o novo acordo”, defendeu Izabella.
SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima por conta do aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o desmatamento, a agricultura e a geração e o consumo de energia.
O que está em jogo na COP 21 é um acordo para mudar esse cenário na produção econômica mundial. O Brasil já vem mostrando resultados. Até 2020, o País cumprirá a meta de redução entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono. Depois de 2020, ano em que deverá começar a valer o Acordo de Paris, o Brasil reduzirá 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030. Ambos os objetivos têm como base o ano de 2005.
Para alcançar esse patamar de redução de emissões, o governo federal pretende assegurar 45% de fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas. Há, ainda, a previsão de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação em território nacional, além de acabar com o desmatamento ilegal. Com a conclusão da meta, o Brasil conseguirá manter o desenvolvimento e chegará a 2030 com um dos níveis de emissões de carbono mais baixos da economia mundial – comparado aos índices de 1990.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165