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Mundo se engaja mais na questão climática
Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Paris - Editor: Marco Moreira
A comunidade internacional está mais empenhada em adotar ações para conter o aumento da temperatura média do planeta. Levantamentos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPPC, na sigla em inglês) apresentados nesta quinta-feira (03/12), em Paris, mostram que os países aumentaram as políticas de redução de emissões de carbono. Os estudos foram analisados em evento paralelo promovido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) na Conferência das Partes sobre Clima (COP 21), que ocorre até o fim da próxima semana na capital francesa.
Entre os resultados apresentados pelos pesquisadores está o considerável aumento dos planos e estratégias nacionais e subnacionais de mitigação das mudanças climáticas. A conclusão faz parte de estudo realizado no âmbito do IPCC, braço científico das Nações Unidas que produz pesquisas para embasar as negociações climáticas como a que está em jogo na COP 21. A cúpula deve terminar com um acordo global capaz de manter o aumento da temperatura média da Terra abaixo de 2ºC.
DESAFIOS
O envolvimento do empresariado com a questão climática foi apontado como das questões necessárias na agenda climática. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou a importância do setor privado para o desenvolvimento de ações de corte de emissões. “Há enormes desafios no engajamento da sociedade, mas é preciso mostrar que podemos fazer mais”, afirmou.
Uma das vice-presidentes do IPCC, a brasileira e doutora em estatística espacial Thelma Krug reiterou a importância do engajamento global na causa. “Os esforços supranacionais têm extrema importância para a questão climática”, destacou. “O desafio é agir no sentido de comunicar a ciência para partes interessadas como os governos, o setor privado e a juventude.”?
SAIBA MAIS
Para conter o aquecimento global, foi criada a Convenção sobre Mudanças do Clima das Nações Unidas (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com 195 países signatários. Todos os anos, representantes dessas nações reúnem-se na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente.
Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O protocolo vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que as partes pretendem assinar no fim da próxima semana, na COP 21, em Paris.
Para o período pós-2020, o Brasil se comprometeu a reduzir 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025 e 43%, até 2030. Ambas as metas são comparadas aos níveis registrados em 2005. Para isso, o governo federal pretende assegurar 45% de fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas. Há, ainda, a previsão de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação em território nacional, além de acabar com o desmatamento ilegal.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1165