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Brasil pede mais atenção aos países pobres
Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Paris - Editor: Marco Moreira
A delegação brasileira cobrou o comprometimento internacional com o novo acordo que está em jogo na Cúpula do Clima, a COP 21, em Paris. Até o fim da próxima semana, líderes de 195 países estarão reunidos na capital francesa para negociar um pacto capaz de frear o aquecimento global. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (01/12), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu a diferenciação como uma das principais questões ligadas ao futuro protocolo.
Os países já apresentaram as metas nacionais de corte de emissões de gases de efeito estufa. Juntas, elas devem limitar o aumento da temperatura média do planeta a até 2°C. De acordo com Izabella, no entanto, é fundamental que a diferenciação entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento seja contemplada no novo acordo. “O Brasil destaca a importância da transparência e de regras para que as nações possam agir de forma conjunta”, afirmou.
RESPONSABILIDADES
Para os negociadores brasileiros, o comprometimento com o novo acordo deve considerar a contribuição de cada país para as mudanças do clima, desde o início da era industrial. “A expectativa é a de que os países desenvolvidos ajam de acordo com as suas responsabilidades”, acrescentou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho.
O Brasil já vem mostrando resultados. A ministra Izabella garantiu que o País alcançará, até 2020, a meta estabelecida anteriormente de reduzir entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas de gases de efeito estufa. Para o futuro acordo que está sendo negociado em Paris, o Brasil apresentou um objetivo ainda mais robusto e se comprometeu a cortar 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030. Ambos os percentuais são comparados aos níveis de 2005.
SAIBA MAIS
Apesar de ser considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas alterações são fruto do aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de atividades humanas como o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Com o objetivo de conter os prejuízos, foi criada a Convenção sobre Mudanças do Clima das Nações Unidas (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta, hoje, com 195 países signatários. Todos os anos, representantes dessas nações reúnem-se na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente.
Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O Protocolo vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que os 195 países pretendem assinar no fim deste ano, na COP 21, em Paris.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (610 2028.1165