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Parque Nacional do Araguaia, criado em 1959
Por: Marcelo Carota – Edição: Vicente Tardin
Em 1959, inspirado e entusiasmado com a criação do primeiro parque nacional dos EUA, o Parque Yellowstone, o então presidente (1956-1961) Juscelino Kubitscheck decidiu também criar o primeiro parque brasileiro. Em 17 de dezembro daquele ano, por meio da Lei Estadual 2.370, foi autorizada a doação da Ilha do Bananal para a União. Apenas 14 dias depois, JK designou a ilha para a criação do Parque Nacional do Araguaia.
À época, o território pertencia a Goiás, ao norte do estado. Hoje está no sudoeste do Tocantins, abrangendo parte dos municípios de Formoso do Araguaia, Pium e Lagoa da Confusão.
Cercada pelos rios Araguaia e Javaés, a ilha foi descoberta pelo sertanista José Pinto Fonseca em 1773, recebendo o nome de Santana. Depois, devido à existência de extensos bananais silvestres, passou a ser chamada Bananal.
Com 20 mil Km² de extensão (área equivalente à do estado de Sergipe), a Ilha do Bananal é a maior ilha fluvial do mundo, além de um dos santuários ecológicos mais importantes do país.
A princípio, o Parque Nacional do Araguaia ocupava toda a Ilha do Bananal. Em 1971, com a mudança em seus limites para criação do então Parque Indígena do Araguaia – desde 1998, Terra Indígena Parque Araguaia –, passou a ocupar cerca de 562 mil hectares da área total da ilha.
A Terra Indígena Parque do Araguaia abriga cerca de quinze aldeias indígenas, dentre elas os Carajás, com nove subgrupos, os Javaés, com doze subgrupos, os Tapirapés, Tuxás e os Avá-Canoeiros, também conhecidos como Cara-Preta, que rejeitam contato com a civilização e com os demais indígenas das aldeias mais próximas.
Para garantir os direitos dessas populações, a reserva fica sob responsabilidade da A Terra Indígena Parque do Araguaia (Funai), enquanto o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), instituição vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) garante a conservação da grande diversidade biológica presente no Parque.
FAUNA, FLORA E VEGETAÇÃO
Situado numa faixa de transição que compreende os biomas Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, o Parque Nacional do Araguaia destaca-se pela diversidade de sua fauna, flora e cobertura vegetal.
Na vegetação, predominam as matas ciliares de igapó, vegetação das encostas secas, vegetação dos bancos de areia e os campos de várzeas inundáveis, além do Campo das Caraibeiras, com abundância de grama rasteira e árvores caraíbas de longas metragens.
Ao longo dos rios, cerrados e florestas com flora rica em maçarandubas, piaçavas, canjeranas, orquídeas terrestres, ipês e palmeiras típicas. Da flora nativa, ainda, utilizadas especialmente pelos indígenas, diversas espécies para fins culinários, medicinais e ornamentais.
Na fauna, as espécies mais comuns são: onça-pintada, tamanduá-bandeira, cervo-do-pantanal, tartaruga da Amazônia, boto, ariranha, arara-azul, gavião-real, águia-pescadora, garça-azul, dentre outras 660 espécies de aves, aproximadamente.
Nas enchentes periódicas, aumenta a concentração da fauna terrestre nas partes altas, especialmente de jacarés-açu, sucuris e jiboias.
SÍTIOS RAMSAR
O Parque Nacional do Araguaia – Ilha do Bananal tornou-se Sítio Ramsar em outubro de 1993, correspondendo à diretriz do governo brasileiro, cumprida desde sua adesão à Convenção de Ramsar, de indicar para a Lista deste tratado internacional somente Áreas Úmidas que sejam unidades de conservação, assim favorecendo a adoção de medidas necessárias à implementação dos compromissos assumidos pelo país perante a Convenção.
Além do Parque Nacional do Araguaia - Ilha do Bananal, o Brasil tem outras 11 Áreas Úmidas na Lista de Ramsar.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - Telefone: 61.2028 1227