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Navegação no rio Paraguai ameaça margens e diques naturais
Depois de percorrer por nove dias o rio Paraguai, entre as cidades de Cáceres (MT) e Corumbá (MS), a expedição organizada pelo Programa Pantanal do MMA, WWF e Rede Pantanal, constatou que o atual modelo de navegação de barcaças no rio Paraguai tem causado danos à vegetação marginal e aos barrancos, além de provocar a destruição de diques naturais. A expedição também detectou a presença do mexilhão dourado, uma espécie invasora altamente agressiva, no entorno da RPPN Acurizali. O Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria de Qualidade Ambiental já desenvolve um projeto visando o controle de sua dispersão.
No final de agosto, cerca de 35 representantes de diversas organizações, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a iucn e a diocese de Cáceres, desceram o rio Paraguai, entre Cáceres/MT e Corumbá/MS, realizando visitas estratégicas ao Parque Pantanal, à Estação Ecológica Taiamã, à RPPN Acurizal e à aldeia Guató. A excursão revelou a real dimensão da riqueza e do grau de integridade do bioma, mas também possibilitou a visualização dos impactos da navegação sobre as margens do rio Paraguai que necessitam de ações urgentes.
Os técnicos apontaram como prioridade a reabilitação operacional das unidades de conservação, o maior controle das atividades de pesca, o desenvolvimento de alternativas e, principalmente, o ordenamento do ecoturismo. Apresentaram ainda as seguintes propostas para reverter a situação: identificar agentes financiadores para projetos e pesquisa; buscar a preservação de amostras representativas de ecossistemas chaves; garantir o funcionamento dos processos ecológicos; agregar valor à produção sustentável; constituir na opinião pública massa crítica em favor do desenvolvimento sustentável do sistema de áreas úmidas; e desenvolver estudos históricos e etnográficos para fortalecer e promover os povos da região.