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Mobilização para salvar as nascentes do Xingu
Os coordenadores do Núcleo Cerrado, Augusto Santiago, e do Projeto de Manejo Integrado de Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos da Amazônia, João Paulo Viana, ambos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, participam, a partir de hoje, do Encontro Nascentes do Xingu, em Canarana, no Mato Grosso. O evento reunirá índios, fazendeiros, agricultores, governos, comerciantes e sociedade para debater sobre a melhor forma de defender as nascentes e as matas próximas ao Rio Xingú e seus afluentes. O encontro segue até o dia 27, no Centro Auxiliadora.
A Terra Indígena do Xingu é uma verdadeira "ilha verde" no norte do Mato Grosso, cercada pelo desmatamento que avança com a soja e com a pecuária. Cortando seu território de 2,6 mil hectares, o Rio Xingu mantém vivos parcela significativa da floresta e da cultura amazônicas, além de mais de cinco mil indígenas de 14 etnias que vivem na reserva. No entanto, a maioria das nascentes que alimentam o rio, um afluente do Amazonas, está fora da área protegida e também ameaçadas pelo avanço da fronteira produtiva.
A Terra sofre, ainda, com invasões de pescadores e de caçadores, com queimadas que se originam em fazendas e com o ataque de madeireiras em busca de árvores que já não existem na região. A degradação do Xingu ameaça não só os indígenas, mas também a qualidade de vida de cerca de 450 mil pessoas de 31 municípios do norte do Mato Grosso.
O Parque Indígena do Xingu foi criado em 1961, como resultado do trabalho de importantes sertanistas brasileiros, entre eles os irmãos Villas Bôas. Devido a desmatamentos e queimadas, muitas nascentes do Xingu já secaram, podendo levar a uma grave crise hídrica na região.
Programa
25/10 - Tarde
Abertura do encontro e palestras. Informes gerais sobre o funcionamento dos trabalhos dos GTS, apresentação dos organizadores e da equipe de apoio e encerramento do dia.
26/10 - Manhã e tarde
Reunião dos participantes em grupos de trabalho setoriais, para identificação de problemas/demandas e propostas, assim como prioridades de cada setor para recuperação e conservação das cabeceiras e matas ciliares do rio Xingu.
Intercâmbio de Informações: Troca de informações e sugestões entre os Grupos de Trabalho
27/10 - Manhã
Apresentação dos grupos, leitura e assinatura da Carta de Canarana, plenária de encerramento e encaminhamentos.