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MMA destina R$ 1,4 milhão para pesquisas da flora nacional
Brasília (DF) - Entre os países mais ricos em diversidade biológica, em variedades de animais e de plantas, o Brasil ocupa o primeiro lugar, possuindo entre 15% e 20% do total de espécies do planeta. O país, por exemplo, conta com mais de 55 mil tipos de vegetais e mais de 150 mil espécies animais conhecidas em ecossistemas como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. A biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais.
Apesar de toda essa riqueza, grande parte dos recursos utilizados na economia nacional é exótica. De acordo com a Gerência de Recursos Genéticos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, cerca de 60% da base alimentar nacional é constituída por espécies estrangeiras de soja, milho, arroz, batata feijão e trigo. O país guarda em seu patrimônio natural enorme potencial para inúmeras aplicações, como alimentação, medicamentos, na indústria da biotecnologia. Estimativas sobre o mercado global para produtos derivados de recursos genéticos ultrapassam os US$ 700 bilhões anuais.
Para potencializar o uso do patrimônio natural brasileiro, o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio), destinará R$ 1,4 milhão em Cartas-Consulta para pesquisas sobre biodiversidade nas cinco regiões do país com o projeto Espécies da Flora Brasileira de Importância Econômica Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro. "A idéia é identificar espécies vegetais com perspectiva de uso comercial, tanto em larga escala como para mercados especiais", explica Lídio Coradin, gerente de Recursos Genéticos do MMA. As Cartas devem ser lançadas até o início de 2004.
Com a pesquisa, serão criados, já em 2004, Grupos de Trabalho nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Esses GTs, sob coordenação de instituições em cada região, ficarão encarregados de realizar um levantamento sobre as espécies da flora utilizadas pelas populações em nível local e regional para fins alimentícios, medicinais e fitoterápicos, principalmente.
Em seguida, explica Coradin, serão priorizadas aquelas variedades com potencial mais imediato para uso direto e/ou lançamento comercial e identificadas aquelas que necessitarão de maiores estudos sobre suas propriedades e princípios ativos. "Essa etapa será importante inclusive para atrair investimentos dirigidos do setor empresarial", disse o gerente.