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Ministra defende envolvimento de comunidades na proteção da Caatinga e Cerrado
Gerusa Barbosa
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu ontem o envolvimento da população local nos debates sobre o potencial dos recursos naturais do Cerrado e da Caatinga. "Trata-se de pensar o meio ambiente de forma integrada com as necessidades de desenvolvimento", afirmou, durante a abertura do seminário Conservação e Uso Sustentável em Áreas Protegidas e Corredores: uma contribuição para a superação da pobreza nos biomas Caatinga e Cerrado, que ocorre no Crato, Ceará, até a próxima sexta-feira. Participaram da solenidade o representante do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Axel Benemann, o embaixador da Alemanha no Brasil, Prot von Kunow, e o prefeito do Crato, Samuel Araripe, entre outras autoridades.
Promovido pelos Ministérios do Meio do Brasil e da Alemanha, o encontro tem o objetivo de definir estratégias públicas para o uso sustentável dos biomas e trabalhar um conjunto de propostas para a 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP-8), que será realizada em Curitiba, no próximo ano. "O encontro colocará em evidência o esforço que estamos fazendo em todos os biomas brasileiros", disse a ministra.
Marina Silva ressaltou a importância das parcerias entre governos federal, estaduais, municipais, e ainda a cooperação internacional e da sociedade para proteção e recuperação da Caatinga por meio dos sistemas de unidades de conservação e de corredores ecológicos. Destacou, também, que o bioma é importante para a economia do povo do semi-árido brasileiro pelos serviços ambientais prestados. "Queremos trabalhar os programas de base com o envolvimento das populações locais desde o início do processo, para que elas dêem sustentação ao trabalho". De acordo com Marina, os projetos desenvolvidos pelo MMA em parceria com as populações locais "são verdadeiros tesouros para o serviço público". "O esforço do ministério é transformar essas boas idéias em políticas públicas", afirmou.
A ministra salientou, também, a importância da Flona do Araripe, com 38 mil hectares, uma das maiores florestas nacionais, criada em 1946, para proteção dos recursos hídricos e para a região. Segundo a ministra, o PL de Gestão de Florestas Públicas, em tramitação no Congresso Nacional, ajudará no manejo das florestas nos diferentes biomas. "Na Caatinga temos a floresta como uma fonte de energia e de sobrevivência para as populações locais" . Marina ressaltou, ainda, a parceria com o governo alemão e o desafio de o Brasil sediar a COP-8 em 2006. "O Brasil se colocará na posição de vitrine naquilo de positivo e de vidraça no que precisa superar. A condição de ser vitrine e vidraça não é um privilégio do Brasil, é do mundo inteiro", destacou.