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Ministra dá posse à Comissão Nacional de Biodiversidade
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, empossa amanhã (23) a Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), já apontada por pesquisadores como marco referencial para reunir governo e sociedade em defesa da biodiversidade brasileira. Na mesma solenidade, Marina Silva lançará o primeiro atlas dos recifes de coral nas unidades de conservação brasileiras e o mapa das áreas prioritárias para conservação da nossa biodiversidade.
Denominado "Áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira", o mapa a ser lançado amanhã delimita 900 áreas prioritárias. Para auxiliar nas tomadas de decisão, estas áreas foram classificadas em três segmentos: extrema importância, muito alta importância e alta importância. Há ainda a indicação de áreas insuficientemente conhecidas e que exigem estudos para indicação de seu grau de prioridade.
Foram mapeadas 385 áreas na Amazônia, 182 na Mata Atlântica, 164 na zona costeira e marinha, 82 áreas na Caatinga e 87 áreas nos biomas Cerrado e Pantanal. Entre as recomendações propostas no novo mapa estão integração entre os ministérios para identificação de interfaces nos temas relacionados a políticas ambientais, fundiárias, agrícolas, de energia, águas, educação e saúde, baseada na capacitação dos municípios como agentes executores. Sugere ainda implementação da política de educação ambiental e geração e difusão de informações, entre outras.
Marco de referência para a tomada de decisão em termos de conservação e uso sustentável, os resultados das avaliações por bioma contidos nesses mapas subsidiarão políticas e ações dos governos federal, estaduais e das instituições não governamentais. Essas avaliações são importantes a todos os segmentos que lidam com o conhecimento, conservação, uso sustentável da biodiversidade e repartição de benefícios advindos de sua utilização.
O atlas dos recifes de coral- que será também lançado amanhã- tem o objetivo de divulgar a importância do ambiente recifal brasileiro. O atlas inclui mapas temáticos com as principais feições dos recifes das nove áreas de consevação existentes nesses ambientes, abrangendo unidades federais e estaduais . O atlas tem 179 páginas e apresenta 39 mapas temáticos.
O Brasil detém os únicos ambientes recifais de todo o atlântico sul. Eles se estendem pela costa nordestina ao longo de três mil quilômetros, constituindo-se em importante fonte de alimentos, potencial turístico e geração de renda, além de servirem de proteção a diversas praias da região.
-Sua magnífica beleza cênica vem despertando cada vez a atenção de especialistas em todo o mundo- disse a ministra Marina Silva. Ela destacou que, paralelo a isso, a fragilidade dos ambientes recifais exige que se estabeleçam estratégias de conservação capazes de assegurar a diversidade biológica marinha.
Os recifes de coral se constituem nas maiores reservas de biodiversidade dos mares. "De enorme importância ecológica, social e econômica, os recifes podem ser comparados com as florestas tropicais na costa ou no interior do continente", prosseguiu a ministra.
Conabio- Instituída através de decreto em maio passado, a Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) tem o objetivo de atender aos princípios da Convenção da Diversidade Biológica, incluindo o conhecimento, a conservação e o uso sustentável da biodioversidade, com a repartição justa e equitativa dos benefícios provenientes do uso dessa biodiversidade.
Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, a Conabio é composta por oito representantes do governo federal, e oito instituições não governamentais. Entre suas atribuições, estão a criação de programas e projetos para implementação da Política Nacional da Biodiversidade, incentivo às pesquisas e estímulo à capacitação de recursos humanos.
O Brasil tem uma grande responsabilidade para com sua população e para com o mundo por ser o detentor da maior biodiversidade do planeta, com 10 a 20% das espécies descritas no mundo.
Entre 1998 e 2000, o Ministério do Meio Ambiente apoiou um processo de ampla consulta aos especialistas, os chamados "Seminários de avaliação dos biomas brasileiros". Coordenados por um grupo de acadêmicos e organizações não-governamentais, foram enfocados os principais biomas brasileiros: Pantanal e Cerrado, Caatinga, Zona Costeira e Marinha, Amazônia e Mata Atlântica e Campos Sulinos. Essas avaliações contaram com a participação de representantes do setor acadêmico, de organizações não-governamentais e de gestores governamentais, envolvendo, em média, a participação de cerca de 200 pessoas em cada reunião. Isso resultou na indicação das 900 áreas prioritárias para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade brasileira.
Data-23 de setembro
Horário -9 horas
Local Auditório I do Ibama
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