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Mais recursos para revitalizar a região do Velho Chico
Durante as festividades de comemoração dos 517 anos de descoberta do rio, celebrados nesta quinta, MMA anuncia liberação de R$ 262,5 mil para projeto de recuperação das matas ciliares.
Publicado em
04/10/2018 14h00
Atualizado em
04/10/2018 17h25
Brasília – O Ministério do Meio Ambiente celebra nesta quinta-feira (4) os 517 anos da descoberta do rio São Francisco com uma boa notícia: a liberação de R$ 262,5 mil para a continuidade do projeto de recuperação de áreas degradadas do bioma Caatinga, incluindo a restauração de matas ciliares do São Francisco.
O projeto, coordenado pelo Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (Crad), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), teve início em 2016. Desde então, vêm realizando trabalhos no sentido de reflorestar este que é o único bioma integralmente brasileiro, com 4,5 mil espécies vegetais, mas com desafios importantes sobre as melhores técnicas de restauração de matas ciliares.
"Cuidar do rio São Francisco é cuidar de um dos recursos naturais mais importantes para o planeta, que é a água. E para ter água boa é preciso revitalizar o rio, fazer a recarga das nascentes, impedir o despejo de esgotos e recuperar as suas matas ciliares", disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.
O projeto, coordenado pelo Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (Crad), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), teve início em 2016. Desde então, vêm realizando trabalhos no sentido de reflorestar este que é o único bioma integralmente brasileiro, com 4,5 mil espécies vegetais, mas com desafios importantes sobre as melhores técnicas de restauração de matas ciliares.
"Cuidar do rio São Francisco é cuidar de um dos recursos naturais mais importantes para o planeta, que é a água. E para ter água boa é preciso revitalizar o rio, fazer a recarga das nascentes, impedir o despejo de esgotos e recuperar as suas matas ciliares", disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte.
RECUPERAÇÃO
O professor José Alves de Siqueira, da Univasf - Campus de Ciências Agrárias, em Petrolina (PE), e coordenador científico do Crad, acompanha a recuperação das matas ciliares por meio do desenvolvimento de espécies típicas como jatobá, ingazeira e marizeiro, a partir do manejo dos locais invadidos pelas algarobas.
Segundo ele, estima-se que a algaroba já invadiu cerca de 1 milhão de hectares da Caatinga. Durante os trabalhos, são identificados os melhores modelos para a recuperação das áreas ribeirinhas do Velho Chico. “Esse projeto é a forma mais barata de recuperação de matas ciliares com suporte científico. Sem o componente científico, não se teria esses resultados”, destaca o professor.
O apoio do MMA às ações do Crad – Bioma Caatinga tem como objetivo estabelecer trabalhos de campo, visando à manutenção e monitoramento dos modelos demonstrativos de recuperação de áreas degradadas no bioma, implementados na região do submédio São Francisco.
Os resultados dos trabalhos servem de exemplos a serem implantados na bacia do São Francisco. A parceria, iniciada em 2008, foi renovada por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED), firmado no final de setembro, entre a Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA e a Univasf - campus Petrolina (PE).
Os resultados dos trabalhos servem de exemplos a serem implantados na bacia do São Francisco. A parceria, iniciada em 2008, foi renovada por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED), firmado no final de setembro, entre a Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA e a Univasf - campus Petrolina (PE).
AÇÕES
Além do apoio ao Crad, o MMA vem desenvolvendo um conjunto de ações para a revitalização do rio. Entre elas, o Macrozoneamento Ecológico-Econômico, que acaba de ser concluído; a aplicação de recursos do projeto de conversão de multas ambientais em projetos de recuperação de matas ciliares; e a criação de unidades de conservação na Caatinga baiana, que ajudam a proteger os recursos naturais da região de Caatinga do Velho Chico.
O estudo do Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (MacroZEE BHSF) foi lançado em setembro. Sistematiza informações para o ordenamento territorial e sustentável da região, harmonizando as relações econômicas, sociais e ambientais.
O estudo do Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (MacroZEE BHSF) foi lançado em setembro. Sistematiza informações para o ordenamento territorial e sustentável da região, harmonizando as relações econômicas, sociais e ambientais.
O MacroZEE BHSF representa um pacto pela bacia, visando a utilização de seus recursos naturais, seguindo o princípio da sustentabilidade. Em todas as fases do estudo, a participação da sociedade foi efetiva, tendo sido realizadas mais de dez oficinas regionais na região da bacia.
CONVERSÃO DE MULTAS
Com relação à aplicação de recursos do projeto de conversão de multas ambientais na revitalização do São Francisco, o Ibama, autarquia do MMA, mantém aberto até o dia 19 deste mês o primeiro chamamento público para recuperação ambiental com foco nos recursos hídricos na bacia do Velho Chico.
O objetivo é selecionar projetos de recomposição da vegetação nativa e fazer intervenções necessárias à promoção da infiltração de água em áreas de recarga de aquíferos na bacia do Rio São Francisco, no estado de Minas Gerais.
O objetivo é selecionar projetos de recomposição da vegetação nativa e fazer intervenções necessárias à promoção da infiltração de água em áreas de recarga de aquíferos na bacia do Rio São Francisco, no estado de Minas Gerais.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Neste ano, o Ministério do Meio Ambiente criou várias unidades de conservação (UCs) na região de Caatinga do Velho Chico, na Bahia. Em abril, foi publicado o decreto de oficialização do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, uma UC de proteção integral com 349 mil hectares. Contígua ao parque, foi instalada também uma Área de Proteção Ambiental (APA) com mesmo nome e 505 mil hectares. Juntas, as duas unidades somam 854 mil hectares entre os municípios de Sento Sé, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas, no semiárido da Bahia.
A região conhecida como Boqueirão da Onça é um dos últimos remanescentes contínuos de Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro do qual restam apenas cerca de vinte por cento da cobertura nativa. As UCs têm, entre outras finalidades, a de proteger o habitat da onça-pintada, o maior felino das Américas.
Já em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o MMA criou mais duas unidades de conservação na região de Caatinga do São Francisco. O Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, com 29,2 mil hectares, e a APA da Ararinha-Azul, com 90,6 mil hectares, as duas nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. Elas buscam conciliar os objetivos de conservação de remanescentes de caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, com o programa de reintrodução da Ararinha-Azul na natureza, espécie também em extinção.
Todas essas unidades de conservação têm papel chave na segurança hídrica regional. Importantes nascentes localizadas nos planos mais altos irrigam o solo seco do sertão, garantindo condições de vida para comunidades urbanas e rurais. Essa função acaba contribuindo, também, para a saúde do São Francisco.
Todas essas unidades de conservação têm papel chave na segurança hídrica regional. Importantes nascentes localizadas nos planos mais altos irrigam o solo seco do sertão, garantindo condições de vida para comunidades urbanas e rurais. Essa função acaba contribuindo, também, para a saúde do São Francisco.
SAIBA MAIS
O rio são Francisco foi descoberto no dia 4 de outubro de 1501, pelos viajantes Américo Vespúcio e André Gonçalves, a serviço do Reino de Portugal. Os índios, que já habitavam a bacia do rio São Francisco, o chamavam o rio de Opará, que significa rio-mar. Após a chegada de Vespúcio, o nome logo foi alterado para rio São Francisco em homenagem ao dia de São Francisco de Assis. Com a expansão do plantio da cana-de-açúcar no litoral do Nordeste, as margens do rio passaram a ser ocupadas para a criação de gado, o que levou o rio a ser chamado também de rio dos Currais.
Apelidado carinhosamente hoje de Velho Chico, o rio é um dos mais importantes cursos d'água do Brasil. É conhecido por "rio da integração nacional". Passa por cinco estados e 521 municípios, sendo sua nascente geográfica na serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, centro-oeste de Minas Gerais. Seu percurso atravessa o estado da Bahia, fazendo sua divisa ao norte com Pernambuco, bem como constituindo a divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas e, por fim, deságua no oceano Atlântico, drenando uma área de aproximadamente 641.000 quilômetros quadrados. Seu comprimento medido a partir da nascente histórica é de 2.814 quilômetros.
Por: Ascom MMA