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Ibama vai à Justiça contra madeireiros que impedem ação de fiscais
A direção do Ibama decidiu adotar medidas judiciais contra madeireiros e lideranças que estão impedindo o trabalho da fiscalização em municípios do Pará desde quarta-feira (19/11). Com a ajuda da Polícia Federal, estão sendo identificados nomes e endereços dos líderes da manifestação para consolidar uma ação por "crime contra a administração pública ambiental federal", informou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel.
Os fiscais do Ibama estão na região conhecida como Terra do Meio para vistoriar 12 Planos de Manejos Florestal (PMFs). Até o momento, três foram vistoriados e estão em situação irregular. "Devem ser suspensos ou cancelados", informou Montiel. As áreas vistoriadas ficam em Porto de Moz e pertencem a Benedito Marques, a Internacional Madeiras e a Paulo Pombo Tocantins.
Com o objetivo de buscar uma solução para os graves problemas agrários identificados no Pará, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o governador do estado, Simão Jatene, decidiram criar um grupo de trabalho para discutir o problema e propor soluções. Instituições do governo federal, do estado, municípios e da sociedade farão parte do grupo que vai definir regras para a exploração florestal sustentável no estado do Pará.
Memória- Mais de mil pessoas, entre proprietários e funcionários de madeireiras de municípios próximos a Altamira, no estado do Pará, cercaram ontem pela manhã o escritório do Ibama em protesto contra a Operação Verde para Sempre, que investiga a legalidade do corte e do transporte de madeiras. Os madeireiros querem intimidar os oito fiscais do Ibama para que suspendam a Operação, o que não acontecerá, informou o diretor de Proteção Ambiental da instituição, Flávio Montiel.
A Operação, iniciada há 20 dias no Pará, enfrenta problemas desde o dia 19, quando 300 pessoas cercaram desde às 06 horas o Hotel Sinuelo, em Medicilândia, a 530 quilômetros de Belém, onde estava hospedada a equipe de fiscalização do Ibama. A manifestação foi organizada por donos de madeireiras de Medicilândia, Uruará, Brasil Novo e Altamira, entre eles o próprio prefeito da cidade, Nilson Samuelson. Os manifestantes bloquearam a frente do hotel com caminhões e camionetes, impedindo a saída de quatro carros do Ibama. Sete policiais militares, de Altamira, foram enviados ao local para garantir a segurança do grupo.
Com a fiscalização, está sendo investigada a legalidade dos Planos de Manejo Florestal e das autorizações para corte e transporte de madeira, além dos títulos de propriedade das terras exploradas comercialmente. Um dos objetivos da Operação é criar as condições necessárias para a implantação da Reserva Florestal Verde para Sempre, antiga reivindicação das comunidades tradicionais.
Logo após o encerramento da manifestação em Medicilândia, a equipe do Ibama viajou de helicóptero para Altamira. A aeronave não conseguiu pousar no local de costume porque a pista foi interditada por caminhões dos madeireiros. O pouso foi realizado no pátio do Batalhão da Polícia Militar, que também está dando segurança para a equipe de fiscais do Ibama.