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Governo federal lança rede de trilhas de longo percurso
Quatro grandes corredores vão conectar paisagens naturais no país. Meta é chegar a 18 mil km e movimentar 2 milhões de pessoas por ano
Publicado em
19/10/2018 18h06
Atualizado em
19/10/2018 22h55
Brasília
- O Brasil ganhou nova iniciativa de incentivo ao turismo e à conservação da biodiversidade, a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, RedeTrilhas. A portaria interministerial que institui a Rede foi assinada nesta sexta-feira (19) pelos ministros Edson Duarte (Meio Ambiente) e Vinicius Lummertz (Turismo) e pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Paulo Carneiro. A assinatura ocorreu na abertura da 19ª Adventure Sports Fair, em São Paulo.
O objetivo da Rede Trilhas é interligar unidades de conservação, paisagens e ecossistemas naturais. A medida também tem o intuito de reconhecer e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc).
O sistema de trilhas prevê quatro grandes corredores naturais sinalizados com uma pegada amarela sobre uma base preta, indicando o sentido a ser percorrido. Pelo menos, 1,9 mil quilômetros já estão prontos. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, destacou que o turismo é uma das atividades que mais cresce no mundo, com destaque para o turismo sustentável, de aventura. “É isso que nós estamos fazendo no Brasil, criando uma governança numa parceria para avançarmos nessa atividade tão importante ao redor do mundo, que atrai tantos visitantes, tantos caminhantes”, afirmou.
O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, também ressaltou a importância da atividade. “O ecoturismo representa uma das maiores oportunidades que temos de nos posicionar no cenário internacional para atrair turistas e divisas para o país. Diversos países, como os Estados Unidos, servem de exemplo de como usar de forma sustentável os atrativos naturais para movimentar a economia”, comentou.
CIRCUITOS
Os circuitos são o Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de Janeiro até Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.
Entre as trilhas já sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo; o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.
ECONOMIA
A Rede de Trilhas de Longo Curso engloba várias trilhas locais e regionais. Além de servir de opção de esporte na natureza e conectar unidades de conservação federais, estaduais e municipais, contribuindo para o fluxo da fauna, a iniciativa tem potencial para aquecer a economia das cidades localizadas ao longo dos percursos.
“Os moradores das cidades próximas das trilhas poderão explorar serviços de hospedagem, camping, guias, alimentação, entre outros, incrementando as atividades econômicas regionais. Isso sem falar na venda de equipamentos, como mochilas, tênis e outros materiais usados nas caminhadas”, explica o coordenador de Uso Público do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Pedro Menezes.
A Rede Trilhas integra o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que reúne ações para promover a interligação de ecossistemas e a gestão das paisagens no território brasileiro, estimulando a conservação da natureza e o desenvolvimento social, econômico e cultural do país.
EXPERIÊNCIA
A medida foi estabelecida com base em experiências verificadas nos modelos europeu, norte-americano, australiano e africano. As grandes trilhas nacionais são compostas por trilhas regionais menores, uma acabando onde começa a outra. Assim, cada uma pode ser percorrida em espaços de tempo variados, encaixando-se em diferentes períodos de férias – uma semana, duas semanas ou até um mês. “Isso permite ao ecoturista voltar para casa com a sensação de ter atingido o objetivo de completar a totalidade de uma trilha”, ressalta Menezes.
O coordenador cita, como exemplos, a Trilha Transmantiqueira (MG, RJ e SP) e o Caminho das Araucárias, entre Canela (RS) e o Parque Nacional de São Joaquim (SC), que podem ser feitas em três semanas. Outros exemplos são a Trilha Transcarioca, no Rio de Janeiro, que leva 10 dias de caminhada, e trechos menores, como Caminhos da Serra do Mar ou as voltas da Juatinga e da Ilha Grande, todas no Rio de Janeiro, que levam sete dias de caminhada.
Por: Ascom/MMA, com informações do Ministério do Turismo