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Fica pronto em fevereiro diagnóstico sobre mexilhão
A Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente prevê concluir até fevereiro o estudo de diagnóstico sobre a presença do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) nos rios brasileiros. O trabalho visa a adoção de medidas que reduzam a expansão da espépie no território nacional, estabelecendo-se mecanismos de detecção e controle. A Força Tarefa Nacional para Controle do Mexilhão (FTN), coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e composta por representantes dos ministérios da Agricultura, Integração, Saúde, Transporte e Minas e Energia reúne-se no próximo dia 21 para discutir a situação.
Levantamentos realizados por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul, da Universidade Estadual de Maringá e da Embrapa/Pantanal confirmaram e ampliaram o quadro geral da invasão do mexilhão e dos seus problemas. Foi constatado a rápida reprodução e a concentração da espécie no Rio Grande do Sul, Paraná e Pantanal. O mexilhão está provocando redução de diâmetro e obstrução de tubulações das companhias de abastecimento de água potável e o entupimento de filtros das turbinas no setor de geração de energia. Em conseqüência disso, as empresas precisam fazer manutenções específicas e mais freqüentes, com custos extraordinários. A situação também leva a mudanças nas práticas de controle ambiental, na rotina de pesca de populações tradicionais e prejudica o sistema de refrigeração de pequenas embarcações.
O mexilhão dourado é um molusco originário dos rios asiáticos, em especial da China, encontrado, geralmente, fixado a substratos duros, naturais ou artificiais. Esse organismo, de água doce e salobra, foi introduzido na Bacia do Prata, Argentina, em 1991, por meio da água de lastro de navios de carga. No Brasil, o primeiro registro da sua presença foi em 1998, na área do Delta do Jacuí, em frente ao porto de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Conforme estudos realizados em diversos países, muitos organismos podem sobreviver na água de lastro transportada pelos navios, mesmo após viagens com vários meses de duração. Dependendo das condições ambientais do local de descarga da água de lastro, os organismos aquáticos nela conduzida podem colonizar esse novo ambiente, com impactos aos animais e vegetais anteriormente existentes.