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Entidades recebem R$ 1,4 milhão para pesquisar flora nacional
A Comissão Nacional da Biodiversidade aprovou quatro instituições para dar início às pesquisas voltadas ao Projeto Espécies da Flora Brasileira de Importância Econômica Atual ou Potencial - Plantas para o Futuro. O Projeto destinará R$ 1,4 milhão para estudos sobre diversidade biológica nas cinco regiões do país. Na Região Norte, o trabalho será desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi; no Nordeste, pela Associação Plantas do Nordeste; no Centro-Oeste, pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; e na Região Sudeste, pela Fundação Biodiversitas. Cada entidade poderia enviar projetos com valor de até R$ 280 mil.
Devido à baixa resposta às cartas consulta enviadas em fevereiro deste ano, o Plantas para o Futuro será relançado este mês na Região Sul. Os convênios com as instituições já definidas serão assinados até o fim de maio.
Com a pesquisa, serão criados Grupos de Trabalho nas cinco regiões do país, que realizarão um levantamento sobre as espécies da flora utilizadas pelas populações em nível local e regional para fins alimentícios, medicinais e fitoterápicos, principalmente. O trabalho deve ser concluído até junho de 2005. Em seguida, segundo Lídio Coradin, gerente de Recursos Genéticos do MMA, serão priorizadas as variedades com potencial mais imediato para uso direto e/ou lançamento comercial e identificadas aquelas que necessitarão de maiores estudos de suas propriedades e princípios ativos. "Essa etapa será importante inclusive para atrair investimentos dirigidos do setor empresarial", diz Coradin.
Apesar do grande potencial da diversidade biológica brasileira para inúmeras aplicações, como alimentação, medicamentos e na indústria da biotecnologia, grande parte dos recursos utilizados no país é exótica. De acordo com o gerente, cerca de 60% da base alimentar nacional é formada por espécies estrangeiras de soja, milho, arroz, batata, feijão e trigo. "A idéia é identificar espécies vegetais com possível uso comercial, tanto em larga escala como para mercados especiais", explica o gerente.
A "domesticação" de plantas nativas, inclusive daquelas já conhecidas e comercializadas por populações locais e regionais, é uma grande oportunidade a ser explorada. No Brasil, essa riqueza é subutilizada, principalmente por padrões culturais que privilegiam produtos exóticos. No entanto, segundo a Gerência de Recursos Genéticos do MMA, mercados nacionais e internacionais têm amplo espaço para novos produtos.
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