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COP26
Entenda a importância do maior fórum global sobre mudanças climáticas
Foto: Divulgação/UNFCCC
O que o mundo está fazendo para impedir o aquecimento global, os incêndios florestais, as inundações e o desmatamento ilegal? É isso que a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) discute até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Entenda o que é o evento, a importância dos debates e o que é esperado ao fim da conferência.
Para começar, o que significa a sigla COP26? As letras têm a ver, basicamente, com Conferência entre as Partes. A COP faz uma referência aos signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), um acordo firmado na Eco-92, no Rio de Janeiro, que passou a valer em 1994, e envolve 197 Partes (196 países e a União Europeia).
O número 26 da sigla indica que esta é a 26ª edição do evento — a primeira foi em 1995, a COP1. Também conhecida como Cúpula do Clima, a COP é realizada anualmente, mas foi suspensa em 2020 em razão da pandemia da Covid-19. A edição do ano passado foi transferida para 2021, e é presidida pelo Reino Unido e pela Itália.
Mais de 190 líderes e autoridades de alto nível são esperados nas discussões. O Brasil é representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que desembarca em Glasgow na segunda semana da conferência. Nos primeiros dias, ele participou de Brasília (DF), em um pavilhão montado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Por que a COP é importante?
Desde 1995, com a primeira edição, a Conferência entre as Partes garantiu avanços em acordos internacionais para frear o aquecimento global. Ela funciona como uma instância de cobranças e de referência para cada país na sua própria atuação.
Os debates atraem os olhares de diversos setores, como o agronegócio e o de combustíveis fósseis, porque grandes decisões saem desses encontros e interferem em toda a cadeia produtiva mundial.
Você já deve ter ouvido falar do Protocolo de Kyoto e do Acordo de Paris. Tais acordos surgiram na COP3, em 1997, no Japão, e na COP21, em 2015, na capital francesa, respectivamente. O mais recente tratado veio para substituir o anterior, criando um compromisso de tentar limitar o aumento da temperatura média global até 1,5°C.
Quais temas serão tratados na COP26?
“Carvão, carros, dinheiro e árvores”, resumiu o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anfitrião do evento. Isso sinaliza que a conferência vai cobrar uma data-limite para o uso de combustível fóssil poluente e o desmatamento ilegal de florestas. As emissões de gás metano, mais ofensivo do que o carbono, também entram na pauta.
Os países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda vão pedir justiça climática. É que em 2009, durante a Conferência do Clima de Copenhaguen, países ricos prometeram pagar 100 bilhões de dólares ao ano às nações mais vulneráveis. O financiamento ajudaria na implementação de ações sustentáveis e de redução de emissões de gases poluentes.
Defendido pelo governo brasileiro, o mercado de carbono é tratado no encontro. Ele está previsto no artigo 6° do Acordo de Paris, de 2015, mas até agora não há um consenso global sobre a regulação do assunto.
ASCOM MMA