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Encontro sobre conhecimento tradicional reúne parteiras, benzedeiras e raizeiras
A Farmacopéia Popular do Cerrado, uma publicação da Articulação Pacari, será apresentada durante o 4º Encontro de Parteiras, Benzedeiras e Raizeiras do Cerrado, que começa hoje, na Cidade de Goiás (GO). O encontro é promovido pela Articulação Pacari Plantas Medicinais do Cerrado, Pastoral da Saúde da Diocese de Goiás e Rede Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, com apoio do Ministério do Meio Ambiente.
O livro, que deverá ser publicado até o final do ano, contém informações sobre três espécies do cerrado, barbatimão, pacari e rufão, que ocorrem no norte de Minas Gerais, no Alto e Médio Jequitinhonha. São analisados dados como nome da espécie, ambiente em que ocorre, uso, manejo para coleta, caracterização da parte usada, efeitos colaterais e antídotos. O objetivo é reconhecer como tradicional este conhecimento, preservá-lo e fomentar seu uso pelas comunidades. O uso comercial das receitas é proibido, a não ser com autorização expressa das comunidades e do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.
Pela primeira vez no Brasil, comunidades tradicionais se articulam para sistematizar seus conhecimentos. A elaboração de uma farmacopéia popular auxiliará na preservação do conhecimento e a promover sua auto certificação e auto gestão. No encontro, que termina domingo, serão realizadas, ainda, oficinas sobre temas como raízes do Cerrado, sementes crioulas, garrafada, óleos, parto, panela de barro, folias de reis e receitas tradicionais com milho.A expectativa é que participem do evento cerca de 300 pessoas de comunidades tradicionais de nove estados brasileiros.
Autorização O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) concedeu ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) a primeira autorização de acesso ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético. A autorização beneficiará a realização do projeto "Ecologia e Extrativismo de Plantas Utilizadas como Fixadoras de Corantes no Artesanato Baniwa, Alto Rio Negro", de responsabilidade da pesquisadora Juliana Leoni, vinculada ao INPA. O projeto foi aprovado em 56 dias, desde sua entrada até a apreciação pelo plenário do CGEN, com aprovação unânime dos conselheiros.