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COP26
Em Glasgow, ministro do Meio Ambiente dá continuidade à agenda de encontros bilaterais com outras nações
Foto: Daniela Luquini/MMA
Após comandar do Brasil a participação do País na primeira semana da 26ª edição da Conferência do Clima, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, desembarcou em Glasgow, na Escócia. Nos primeiros dias no país anfitrião, o chefe da delegação brasileira se reuniu com autoridades de outras nações, como o enviado especial para clima dos Estados Unidos, John Kerry, além do presidente da conferência, Alok Sharma.
Os encontros bilaterais fazem parte da agenda do ministro antes mesmo da COP26. Nos últimos dois meses, Leite se reuniu com pelo menos 60 representantes de alto nível, como ministros e secretários de Estado, de departamentos de meio ambiente. Na terça-feira, esteve com autoridades da Romênia, da República Dominicana, da Turquia, da Indonésia, do Congo, da África do Sul, da Jordânia, bem como deputados do parlamento europeu. Nesta quarta, reuniu-se com representantes de Índia, Uruguai e Argélia. O americano John Kerry foi ao estande brasileiro, onde conversou reservadamente com Joaquim Leite sobre acordos entre os países para redução de emissões.
O ministro já havia declarado, em entrevista ao programa A Voz do Brasil , em outubro, que esse tipo de iniciativa une “pontos de convergência” entre as nações na busca por interesses em comum. “É importante o Brasil atuar como um mediador que busca o consenso de uma forma proativa e construtiva, uma vez que consegue falar com quase todos os países. Talvez, a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido não tenham essa capacidade como o Brasil tem”, disse ao programa.
Na abertura da COP26, dia 1°, Leite também mencionou os encontros bilaterais e dezenas de reuniões técnicas que, segundo ele, coletaram subsídios para uma “estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial”.
Conversa com jornalistas
Ao final do primeiro dia de participação diretamente de Glasgow, o ministro conversou com a imprensa e fez um balanço das principais ações do Brasil para a redução de emissões de gases de efeito estufa e o crescimento da economia verde. “O Brasil tem políticas nacionais que vão na linha daquilo que está acontecendo aqui [na COP26]”, afirmou.
O ministro também frisou que nem sempre as negociações sobre questões climáticas e do meio ambiental em geral são em “troca de alguma coisa”. Para ele, o Brasil está tendo a oportunidade de mostrar ações reais de desenvolvimento sustentável e que é exemplo a outras nações.
Leite destacou o lançamento, previsto para esta semana, de uma plataforma digital para gestão de pagamentos por serviços ambientais . A ferramenta, criada em parceria com o Ministério da Economia, vai gerenciar o pagamento a pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem projetos de conservação em áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais.
O assunto, segundo Leite, fez parte de uma das reuniões do dia. “Nós tivemos uma reunião com alguns países, agora há pouco, e [a pauta] foi exatamente nessa direção. [Nossa iniciativa] vai ‘linkar’ a produção agropecuária com a conservação florestal. Ligar pelo incentivo, pelo reconhecimento, pelo benefício. Esse é um grande desafio global”, disse.
Sobre financiamento climático, uma das pautas mais importantes desta edição do fórum, o ministro ressaltou que os países em desenvolvimento precisam de incentivo para criarem a nova economia verde. “Eu ouvi isso de alguns países aqui e nas reuniões bilaterais que eu fiz antes e deu para perceber, claramente, que alguns países precisam de muito incentivo econômico para criar essa nova economia verde. Não [é] apenas limitação de emissões [de gases poluentes], mas, sim, incentivos via dinheiro”, defendeu.
ASCOM MMA