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Cuidado com a natureza influencia imagem das empresas
Gisele Teixeira
Os investimentos sociais e ambientais influenciam cada vez mais a reputação das empresas. Segundo a inglesa Kerry ten Kate, diretora da Insight Investments, 70% do valor das companhias já são reflexo da imagem que elas possuem junto aos consumidores e ao mercado. A opinião é compartilhada pela especialista em risco ambiental do ABN AMRO Bank, Cristiane Ronza. "Reputação é dinheiro", afirmou, hoje, durante a reunião Empresas e as Metas de 2010 - Desafios para Biodiversidade, no hotel Transamérica, em São Paulo.
O evento, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, conta com a participação de empresários nacionais e estrangeiros e busca encontrar caminhos que permitam um maior engajamento do setor privado na preservação e uso sustentável da biodiversidade. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa amanhã, sábado, do encerramento do encontro, quando será apresentado um documento que será encaminhado à 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que acontece entre 20 a 31 de março, em Curitiba (PR).
O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco, disse aos empresários que o governo brasileiro trabalha para garantir um ambiente político e institucional favorável para que as empresas adotem uma gestão mais responsável e sustentável em relação à biodiversidade. "Precisamos de uma parceria sólida entre governos, indústrias e sociedade", acrescentou.
Para Philippe Pommez, diretor de Internacionalização e vice-presidente da Natura Cosméticos, a pressão da sociedade será decisiva para uma mudança mais rápida de postura por parte do setor privado. "O desempenho de uma empresa começa a ser medido por outros indicadores, que não apenas o econômico. Isso é resultado de uma exigência dos consumidores e tende a aumentar cada vez mais. Essa pressão não pode parar", afirmou. Pommez acrescentou, no entanto, que "fazer as coisas direito" custa mais caro e que para investir nesse processo os executivos precisam acreditar as mudanças irão agregar valor ao negócio.
Marcello Brito, diretor comercial da Agropalma, empresa que produz 150 mil toneladas de óleos vegetais e biodiesel por ano, também concorda que as mudanças no setor privado estão sendo reflexo de pressão do consumidor "em alguma etapa da cadeia produtiva". "Voluntariamente o empresário não vai absorver mais custos, a não ser que isso seja decisivo para a imagem da empresa", ressaltou. Com sede no Pará, a Agropalma possui 47 mil hectares de florestas, quatro mil funcionários e um plano de incentivo à agricultura familiar.
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