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DIA MUNDIAL DA ÁGUA
Com 425 mutirões realizados, Programa de Combate ao Lixo no Mar recolhe cerca de 280 toneladas de lixo
Foto: Zack/MMA
Mais de 170 cidades brasileiras em 25 estados e no Distrito Federal receberam mutirões do programa de Combate ao Lixo no Mar do Ministério do Meio Ambiente. Lançado em 2019, a ação chega à marca de 425 mutirões realizados, com apoio de 82 instituições, recolhendo 279 toneladas de lixo de praias, rios, lagoas e manguezais. Um trabalho que conta com apoio de voluntários, que tiram o dia para limpar o que muita gente deixa pelo caminho. “Eles saem de casa para fazer a diferença. Isso mostra o espírito do brasileiro, o patriotismo do brasileiro em cuidar desse país e dar o exemplo. Esse esforço tem valido à pena tendo em vista que o Atlântico Sul é a porção mais limpa do oceano no planeta”, ressalta o secretário de Qualidade Ambiental do MMA, André França, em agradecimento ao trabalho dos mais de 34 mil voluntários que já participaram dos mutirões em todo o país.
O estado de Santa Catarina lidera o número de mutirões realizados. Até agora, foram 68 ações e 90 mil quilos de resíduos retirados, em sua maioria, das praias e manguezais. A Bahia é o segundo estado com maior número de ações (57), que, por sua vez, reuniu o maior número de voluntários durante as ações, com mais de 11 mil pessoas mobilizadas. Luena Maria, presidente da Associação de Pescadores de Coroa Vermelha (BA), é uma das voluntárias que participa das ações onde mora. Ela conta que foi preciso uma grande conscientização dos pescadores e marisqueiros locais, mas que ainda é necessário maior engajamento de todos. “Os pescadores trazem o lixo que eles recolhem nas redes, então somos também cuidadores do meio ambiente. Mas hoje vemos como as pessoas não tem consciência, vêm para as praias no final de semana e, infelizmente, deixam o lixo, poluindo o mar, os rios e o meio ambiente. Isso é muito triste”, conta. Por outro lado, Luena reforça que ações como os mutirões fazem sim, a diferença. “É um trabalho de formiguinha, mas se todos se mobilizarem e se conscientizarem, vamos ter sempre um bom resultado. O meio ambiente sempre vai agradecer”, destaca.
Desde 2019, mais de 607 mil itens já foram coletados durante as ações – a maior parte são plásticos (321 mil), de difícil degradação e podem causar sérios danos aos peixes e outros animais e aves marinhas, além de comprometerem o ciclo da flora marinha. Para se ter uma ideia, entre os itens mais coletados estão bitucas de cigarro (124 mil), pedaços de plásticos (93 mil), tampas, lacres e argolas de garrafas (61 mil), copos, talheres e pratos (26 mil), sacos e sacolas (25 mil) e garrafas pet (25 mil). As informações são resultado de uma triagem realizada ao fim de cada mutirão e os dados são registrados no Painel de Resultados de Mutirões de Limpeza do MMA, que permite avaliar e monitorar os tipos de material encontrado e identifica suas possíveis fontes e origens.
Os mutirões do programa de Combate ao Lixo no Mar são ações lideradas pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com prefeituras e instituições locais. O presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), Marçal Cavalcanti, fala da importância desse trabalho para apoiar cidades que precisam desenvolver programas de educação ambiental. “É importante que tenhamos esse diálogo e essa porta aberta para que a convergência das nossas ações possa trazer benefício para a população. Vamos avançar mais e temos muito a fazer. Os municípios precisam muito dessa ação”, afirmou Marçal durante mutirão do programa no manguezal de Tamandaré, em Pernambuco.
As ações de limpeza em manguezais e orlas marítimas fazem parte do Plano de Combate ao Lixo no Mar. Além da recuperação ambiental, o plano prevê a conscientização da população para uma conduta mais responsável no ambiente marinho, inserindo a comunidade, pescadores e turistas em ações de educação e cidadania. Também atua junto aos gestores locais para o desenvolvimento de políticas mais eficientes para a destinação correta dos resíduos.