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China pode ajudar Brasil a desenvolver novos usos para o bambu
Aldem Bourscheit
Brasília - A ministra Marina Silva afirmou hoje, durante encontro com a presidente da Academia Chinesa de Florestas, Jiang Zehui, que o Ministério do Meio Ambiente está trabalhando para que o Brasil se associe ao Instituto Internacional do Bambu e Rattan (Inbar), com sede na China. A associação ocorreria já no segundo semestre deste ano. De acordo com a ministra, isso poderia ajudar o País a desenvolver pesquisas e usos para as espécies nativas brasileiras. "Com novas aplicações para o bambu seria possível reduzir a busca por madeira, por exemplo", disse.
Desde a sua criação, em 1997, o Inbar tem atuado em parceria com mais de cinqüenta países no auxílio a pesquisas sobre as variedades e usos do bambu. As espécies da planta são usadas para os mais variados fins, de material de construção a instrumentos musicais e palitos de fósforo. No Brasil, o potencial do bambu ainda é pouco explorado em comparação com os usos que se fazem em outros países, como China e Índia.
Com base nas vantagens do uso da planta, em janeiro de 2003 o Ibama assinou uma Carta de Intenções com a Academia Chinesa de Florestas e desenvolveu uma proposta para a implementação de um Programa Brasileiro de Bambu.
Ameaça - Segundo um relatório das Nações Unidas, divulgado em março do ano passado, até metade das 1,2 mil espécies de bambu do planeta, incluindo um tipo brasileiro, corre risco de extinção. O Brasil é o país com maior número de tipos de bambu da América Latina, com mais de 130 espécies. De acordo com as Nações Unidas, a principal ameaça ao bambu é o desmatamento.
O relatório também destaca a importância da planta como alimento e abrigo para várias espécies. O caso mais grave é o do urso panda, que se alimenta apenas de bambu. Cerca de 5% dos pássaros que vivem na Amazônia dependeriam do bambu para sobreviver e, na Mata Atlântica, 36 espécies são diretamente ligadas à planta.