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Catarinenses e paranaenses querem preservar a araucária
Aldem Bourscheit
Pesquisa realizada pelo Ibope para a organização não-governamental The Nature Conservancy, no Paraná e em Santa Catarina, mostra que a maioria da população daqueles estados conhece a araucária, sabe que a espécie está em extinção e acha muito importante salvá-la. Foram ouvidas quatrocentas pessoas acima de 16 anos em cada estado, entre os dias 7 e 14 de março, tanto em municípios com araucárias quanto em outras cidades significativas. A maioria dos entrevistados apontou o comércio ilegal de madeira como a principal ameaça ao pinheiro brasileiro, seguido pelo plantio de soja e de pinus. "A situação da araucária não é mais um alerta exclusivo de ambientalistas. A população em geral percebeu a terrível situação da espécie e está muito preocupada com sua preservação", disse Wigold Schäffer, diretor do Núcleo de Mata Atlântica e Pampa do Ministério do Meio Ambiente.
Apesar da maioria dos entrevistados não reconhecer outros benefícios das matas além do fornecimento de madeira, como proteção da água, de animais e de plantas, controle do clima e purificação do ar, parcela significativa apontou que a criação de reservas é fundamental para a preservação da araucária. Cerca de 80% dos entrevistados afirmaram, ainda, que veriam com bons olhos empresas que investissem em projetos para proteção dos escassos remanescentes da espécie.
Para auxiliar na conservação da araucária, o governo federal iniciou hoje, pelo Paraná, uma série de consultas públicas para a criação de até oito reservas naquele estado e em Santa Catarina. Ao todo, Ministério do Meio Ambiente e Ibama pretendem implementar dois parques nacionais, duas reservas biológicas, dois refúgios de vida silvestre, uma estação ecológica e uma área de proteção ambiental. As áreas protegidas somam mais de 540 mil hectares (área pouco menor que a do Distrito Federal). "A pesquisa mostra que o governo está agindo no rumo certo para salvar a araucária", disse Schäffer.
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