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Carta do MMA enviada ao Jornal do Brasil
Brasília,25 de abril de 2005
Em relação à nota publicada na coluna de Ricardo Boechat do dia 24 passado, cabe esclarecer algumas confusões que acabaram induzindo o leitor Francisco Arruda, de Fortaleza (CE), ao mesmo erro. Antes, porém, é importante ressaltar que a responsabilidade pela elaboração dos dados sobre o desmatamento na Amazônia é exclusiva do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que prevê a finalização dos números referentes ao período 2003/2004, para o fim deste mês.
Ao comentar sobre os índices de desmatamento da Amazônia, a coluna confundiu hectares com quilômetros quadrados, superdimensionando a área desmatada. A devastação que renomados ambientalistasgarantem na nota ter atingido no ano passado 30 milhões de hectares da Amazônia, equivaleria a 300 mil quilômetros quadrados, correspondente à soma territorial dos estados do Paraná e Santa Catarina. Já os 23 milhões de hectares que a coluna afirma ter sido registrado em 2003, equivale à quase totalidade do estado de São Paulo.
Na verdade, o número real do desmatamento registrado na Amazônia em 2003 é de 2 milhões 375 mil hectares, ou seja: 10% do que foi publicado na coluna. Sendo assim, vale corrigir, também, o leitor de Fortaleza, que credita ao período do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desmatamento de 53 milhões de hectares. O dado correto é de 5 milhões e 300 mil hectares, o que coloca esses dois anos de Governo Lula longe de ser o campeão de devastação em toda a história de destruição daquela região, como afirma o leitor.
A diferença da atual gestão é que o desmatamento da Amazônia está sendo tratado como questão de governo, envolvendo 14 ministérios sob a coordenação da Casa Civil, deixando, portanto, de ser questão exclusiva do Ministério do Meio Ambiente. O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, elaborado e implementado por esse grupo interministerial, já começa a mostrar seus resultados com a estabilização dos índices do desmatamento em pleno período de crescimento econômico, o que é inédito na região, e com uma perspectiva de redução significativa a partir deste ano.
O presidente Lula em dois anos de gestão já criou, na Amazônia, 7,5 milhões de hectares em áreas de proteção ambiental, exatamente nas áreas de maior conflito e nas frentes de expansão da fronteira agrícola. Este sim, é um recorde na história da Amazônia.
João Paulo Capobianco
Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente