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Campanha da Fraternidade pede preservação da água
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta Quarta-feira de Cinzas, em Brasília, sua 40ª Campanha da Fraternidade. Com o lema Água, Fonte de Vida, a campanha deste ano pretende alertar o país sobre os problemas decorrentes da poluição e do mau uso das águas. "A CNBB escolheu esse tema porque tem enorme atualidade e também relação com a vida em sociedade. A água é um bem indispensável para todos os seres. É mais do que um recurso econômico, tem valor social, ecológico, e, por isso, não deve estar sujeita somente à lógica de mercado", disse o secretário-executivo da Conferência, Dom Odilo Pedro Scherer.
Também participaram da cerimônia, na sede da CNBB, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, e da Aqüicultura e Pesca, José Fritsch, além do secretário de Recursos Hídricos do MMA, João Bosco Senra, e Marcos Freitas, representando a Agência Nacional de Águas (ANA).
Marina Silva lembrou que o Ministério do Meio Ambiente vem desenvolvendo um trabalho em parceria com os mais variados segmentos da sociedade, com os Comitês de Bacias Hidrográficas, com o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e ainda com outros setores organizados, para levar água de boa qualidade a uma parcela da sociedade brasileira que ainda sofre com a escassez ou com a poluição do recurso. "A construção de um milhão de cisternas no semi-árido (Sede Zero), o Programa Água Doce, a ampliação do CNRH, o combate à desertificação, a construção do Plano Nacional de Recursos Hídricos e outras iniciativas são exemplos de iniciativas desenvolvidas em parceria com a sociedade civil e outras instâncias de governo".
De acordo com a ministra Marina Silva, o Sede Zero deverá ser ampliado para que possa fomentar a produção em comunidades isoladas. Atualmente, as cisternas têm fornecido dez litros para cada pessoa a cada dia, suficientes apenas para a satisfação das necessidades básicas de um ser humano. Com a ampliação, poderão ser fornecidos até 40 litros por dia para cada pessoa, conforme recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU).
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, afirmou durante o lançamento da Campanha que irá sugerir como temas para as campanhas eleitorais em nível municipal deste ano a proteção aos recursos hídricos (nascentes, rios, lagos) e também o combate à fome. "A água é um recurso fundamental para o combate à fome. O país tem enormes potencialidades para que a população não sofra com sede e nem com fome", ressaltou.
O Brasil possui uma das maiores reservas de água potável do mundo. No entanto, o país registra altos índices de desperdício. De acordo com o relatório da última reunião do Parlamento Latino Americano, realizada em 2003, no México, o Brasil joga fora cerca de 40% da água potável destinada ao consumo humano. A média ideal para a ONU é de 20%. Na América Latina, apenas Argentina e Chile apresentam índices menores.