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Câmara dos Deputados presta homenagem a Chico Mendes
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou hoje de sessão solene da Câmara dos Deputados em homenagem ao seringueiro Chico Mendes, assassinado há 15 anos. A sessão solene foi solicitada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e contou também com a presença do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), do governador do Acre, Jorge Viana, da filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, e do líder do governo no Senado, Tião Viana (PT-AC).
A ministra, que nos anos 1980 era sindicalista no Acre e participou ativamente da luta para preservação do meio ambiente na região, lembrou que a história do seringueiro e líder sindical foi escrita por muitas pessoas, inclusive aquelas que o assassinaram. "Mas a história de Chico Mendes suscita a todos nós escrevermos nela o melhor de nosso melhor", enfatizou Marina Silva, que em 1988 foi eleita para seu primeiro mandato como vereadora de Rio Branco (AC).
A vida de Chico Mendes como líder sindical começou em 1975, com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, quando foi escolhido para ser secretário-geral. Em 1976, participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir desmatamentos e organizou várias ações em defesa da posse da terra. Em 1977, participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, além de ter sido eleito vereador. Nesse mesmo ano, Chico Mendes sofreu as primeiras ameaças de morte por parte de fazendeiros. Em 1985, liderou o Primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros, do qual se tornou a principal referência. A partir de então, a luta dos seringueiros, sob liderança de Chico Mendes, começou a ganhar repercussão nacional e internacional.
Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de membros da ONU, em Xapuri, e entregou ao Senado norte-americano e ao BID denúncias sobre devastação e expulsão de seringueiros na Amazônia. Os financiamentos aos projetos acabaram sendo suspensos e Chico Mendes foi acusado por fazendeiros e políticos de prejudicar o processo de desenvolvimento do Acre. Nesse período, Chico Mendes começou a ter reconhecimento nacional e internacional, como uma das pessoas que mais se destacaram em defesa do meio ambiente, como o Prêmio Global 500, oferecido pela ONU. Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa.