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Brasil lidera campanha internacional contra tráfico de animais silvestres
Aida Feitosa
Ao lançar nesta sexta-feira (20) a primeira campanha internacional de combate ao tráfico de animais silvestres, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o Brasil espera conscientizar a comunidade internacional quanto a ilegalidade da prática e a crueldade a que são submetidos os animais.
Durante a solenidade de lançamento, no Itamaraty, a ministra Marina Silva destacou que a campanha não se dá de forma isolada. "Ela está inserida num contexto de políticas públicas consistentes operada por uma nova percepção onde meio ambiente e desenvolvimento devem caminhar juntos", destacou.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, lembrou aos embaixadores e representantes de embaixadas presentes à solenidade que o tráfico não existe sem a demanda de países compradores. "Vamos conscientizar a população interncional e trabalhar nessa campanha com entusiasmo para conservar a rica biodiversidade brasileira", afirmou.
Em volume financeiro, o tráfico de animais silvestres só perde para o tráfico de drogas e o tráfico ilegal de armas. Cerca de 38 milhões de animais são retirados ilegalmente dos ecossistemas brasileiros todos os anos. De cada 10 animais, apenas um consegue chegar às mãos do comprador final, e nove acabam morrendo durante a captura ou transporte.
A campanha é um instrumento de alerta e integra governo, sociedade civil e iniciativa privada. O coordenador da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), Dener Giovanine, esclareceu que, por ser uma atividade ilegal, o tráfico não conta com fiscalização sanitária. "Os animais são retirados de seu habitat natural e podem inclusive disseminar doenças", alertou.
Cartazes, folders e outros produtos gráficos chegarão a embaixadas e consulados brasileiros espalhados pelos cinco continentes.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse existir muita ignorância sobre o tema. "Muitas vezes, as pessoas compram animais em petshops em diversos pontos do mundo, sem saber que estão abastecendo uma atividade criminosa", observou.