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COP26
Com meta ambiciosa, Brasil anuncia redução de 50% nas emissões de carbono até 2030
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou nesta segunda-feira (1º) o compromisso do Brasil em reduzir a emissão de carbono em 50% até 2030. A novidade fez parte do discurso de abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). A meta será formalizada junto à cúpula, que segue com debates sobre mudanças climáticas até 12 de novembro.
“O Brasil demonstra, mais uma vez, seu compromisso como parte de um acordo coletivo”, frisou Leite. Antes, a promessa era baixar o nível de emissões para 43% até 2030. O governo espera que em 2050 o país neutralize a emissão de carbono na atmosfera.
A fala do ministro sucedeu o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, que posicionou o país como uma grande potência verde. “Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas”, afirmou. O presidente reforçou que está focado em buscar soluções para as questões ambientais.
“No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema”, afirmou. “Vamos agir com responsabilidade, buscando soluções reais para uma transição que se faz urgente”, completou o presidente.
Na mesma linha, o ministro defendeu ações globais mais colaborativas. “Devemos, juntos, fazer uma transição do debate: das promessas climáticas para a criação empregos verdes.” [Deixarmos] de apontar fragilidades ambientais dos outros [e caminharmos] rumo a um futuro melhor para todos”, disse.
Ajuda de países ricos
O discurso de Leite sinalizou que o país vai cobrar, na Cúpula do Clima, investimentos das nações mais ricas nos países em desenvolvimento. “Financiamento climático é urgente. É fundamental que tenhamos robustos volumes e nas quantidades necessárias para que a contribuição dessa nova economia ocorra em cada região do planeta”, enfatizou.
Esse tipo de recurso pode ser aplicado em ações que reduzam a emissão de gases de efeito estufa e que estimulem projetos sustentáveis em nações como o próprio Brasil. Em 2009, as grandes economias mundiais prometeram a doação de 100 bilhões de dólares ao ano às nações em desenvolvimento, a partir de 2020, o que ainda não ocorreu.
Avanços nacionais
No pronunciamento, o presidente Bolsonaro mencionou a criação, em outubro, do Plano Nacional de Crescimento Verde (PNCV), que, segundo ele, “traz as preocupações ambientais para o centro da agenda econômica”. A iniciativa vai oferecer financiamentos e subsídios para incentivar projetos de preservação ambiental, priorizar concessão de licenças e gerar os chamados empregos verdes.
O ministro do Meio Ambiente sugeriu ainda que estados brasileiros mais desenvolvidos economicamente atuem com medidas mais ambiciosas para a queda de emissão de carbono. Ele acredita que, assim, o país pode se tornar mais unido “na direção de uma nova economia verde, justa e inclusiva”.
Pacote de medidas
Na cerimônia, o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade climática. Entre as medidas, estão:
- Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em 2027, comparando com o ano de 2022;
- Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;
- Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética;
- Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas;
- Incentivar a ampliação da malha ferroviária.
Formato
A abertura do Brasil na COP26 ocorreu de forma simultânea do “Espaço Brasil”, estrutura montada na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), e do pavilhão em Glasgow, na Escócia, cidade anfitriã do evento.
A ideia é que todas as atividades da agenda brasileira sejam interativas entre os dois estúdios. Nesta primeira semana do fórum, o ministro Joaquim Leite, chefe da delegação, participará dos painéis na capital federal. Ele segue com uma comitiva para Glasgow na semana seguinte.
Participaram da abertura nesta segunda-feira, o presidente da CNI, Robson de Andrade; o Executivo de Agronegócios da Apex, Márcio Rodrigues; e o secretário de Clima e Relações Internacionais do ministério, Marcos Paranaguá, além de seu adjunto, Marcelo Freite. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) apoia o evento.
Pavilhão Brasil
Vale lembrar que todas as apresentações do Pavilhão Brasil estão sendo transmitidas ao vivo no canal do Ministério do Meio Ambiente no YouTube, clique aqui para acessar.
Confira aqui programação completa das apresentações que ocorrerão no Pavilhão Brasil.
ASCOM MMA