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Abrolhos inaugura trilha subaquática noturna
Trajeto de 140 metros entre chapeirões – formações recifais únicas no mundo – e anêmonas gigantes permite ao visitante contato incrível com o mundo marinho
Publicado em
11/02/2019 21h28
Atualizado em
19/02/2019 19h31
Brasília – O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no litoral entre Bahia e Espírito Santo, acaba de inaugurar o seu mais novo atrativo: a trilha subaquática do Chapeirão Mau-Mau. O parque é uma unidade de conservação (UC) federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). A trilha deve atrair muitos turistas durante o feriado de carnaval.
Chapeirões
são formações recifais submersas de rara beleza, únicas no mundo, só existentes em Abrolhos. Têm formato de cogumelos e chegam a ter 20 metros de altura e 50 metros de diâmetro no topo. O trajeto da trilha, que poderá ser feito à noite, com mergulho autônomo, acompanhado de condutores, tem tudo para proporcionar aos visitantes uma experiência inédita e inesquecível, estimulando a visitação no parque.
O projeto é fruto do trabalho da equipe gestora da unidade de conservação marinha, condutores de visitantes, empresas autorizadas para a visitação comercial na unidade, entre outros representantes de instituições que atuam há tempos na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável na região dos Abrolhos. Tem ainda o apoio do
Projeto GEF Mar.
INTERPRETATIVA E GUIADA
A trilha subaquática é interpretativa e guiada, como são todos os demais mergulhos autônomos realizados no parque. Portanto, qualquer pessoa em boas condições de saúde poderá fazer o roteiro de 140 metros de extensão, com 14 pinos instalados na areia e cabos interligando os pontos de interesse, numerados, guiando o trajeto e facilitando a interpretação de cada ponto com atrativos específicos.
De acordo com o Plano Interpretativo do Parque, a trilha vai abordar os subtemas “banco de Abrolhos” e “biodiversidade marinha”, utilizando para isso o condutor como principal recurso para realizar a interpretação, seja na apresentação inicial do ponto, na condução do mergulho ou na abordagem após o mergulho, com potencial de uso de outros recursos de apoio, como cartelaria em PCV e banners ilustrativos.
JANELA DO CORAÇÃO
A trilha abrange um complexo com cerca de 16 chapeirões e outras formações recifais de variados tamanhos e formas, percorrendo ambientes como bancos de algas e gramas marinhas. Seu fundo de areia branca propicia melhor visibilidade, mesmo em situações de contatos eventuais com o fundo. Devido às condições próprias desse ponto, o mergulho noturno poderá ser feito com a segurança necessária para o ambiente e as pessoas.
Entre os chapeirões, a trilha possui pontos de destaque, como a “Janela do Coração”, um conjunto desses imensos cogumelos em formato de coração (acima). O local é ideal para fotos e pequenas passagens que garantem uma experiência única para os mergulhadores, principalmente os de primeira viagem.
ANÊMONAS GIGANTES
Outro destaque da trilha é a presença expressiva de anêmonas gigantes (Condylactis gigantea), espécie marinha atualmente classificada como ”em perigo de extinção”. As anêmonas parecem flores, mas, na verdade, são animais de corpo mole que ficam grudados na superfície das rochas no fundo do mar (foto ao lado). Suas pétalas são como braços, chamados de tentátulos. Junto com as anêmonas, estão diversos camarões-palhaço, sendo em sua maioria camarões limpadores, animais que retiram parasitas de peixes que em geral procuram "estação de limpeza".
O ponto abriga ainda variedade de esponjas de diferentes cores, formatos e tamanhos. Também chama a atenção, durante o mergulho noturno, a quantidade expressiva do gorgonocéfalo ou estrela-de-cesto, animal da família das estrelas-do-mar, e ouriços que, de "braços" estendidos à noite, podem atingir um metro de comprimento.
Em relação aos peixes, além dos normalmente encontrados nos recifes de coral como os peixes-cofre, moreias, entre outros, há grandes arraias, cardumes de enxadas e demais peixes que costumam circular pelo mar dos Abrolhos e são encontrados neste ponto de mergulho, como xaréu, olhe-te, guarajuba, arabaiana, olho-de-boi e pampo.
CONSCIENTIZAÇÃO
“Com a trilha subaquática esperamos maximizar a noção dos visitantes sobre a diversidade de ambientes marinhos, o conhecimento sobre a fauna e flora únicos no lugar, em especial, os chapeirões, as melhores práticas para a conduta no mergulho, os cuidados e as condutas necessárias para que essa atividade prazerosa de recreação na natureza seja aliada à conservação. Nossa intenção é estimular uma mudança de atitude das pessoas perante a natureza marinha”, diz o chefe do parque, o analista ambiental Fernando Repinaldo Filho.
Ainda segundo ele, a trilha subaquática reforça um novo atrativo no parque, que é o mergulho noturno em chapeirões, agregando mais requisitos de segurança e interpretação ambiental a sua visitação. Atualmente, os mergulhos noturnos em Abrolhos são restritos aos pontos próximos à ilha Santa Bárbara, uma das que formam o arquipélago.
“Esperamos que o público aproveite essa experiência fantástica e que consigamos ressaltar ainda mais as belezas naturais de Abrolhos e a importância de sua conservação, assim como o valor das unidades de conservação, de modo que as pessoas se inspirem e passem a preservar os oceanos e a vida marinha”, vislumbra Repinaldo.
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SERVIÇO:
Conheça as regras obrigatórias para manter a segurança e qualidade do ambiente ao fazer a trilha subaquática
1 - A trilha subaquática estará disponível para operação somente para as embarcações autorizadas para promoverem a visitação comercial no parque nacional.
2 – Somente estarão aptos a conduzir visitantes na trilha os condutores que participarem de formação específica a ser promovida pelo Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e com pelos menos dois mergulhos registrados no ponto.
3 – O fundeio deverá ser feito na poita instalada no local, com cabo adequado para evitar danos ao ambiente e não poderá ser lançada âncora no local.
4 – Todos os equipamentos obrigatórios deverão estar funcionando adequadamente.
5 – Para o mergulho noturno, exige-se o uso de equipamentos mínimos: duas lanternas por mergulhador, sinalizador de mergulho Strobo fixado no cabo de fundeio da embarcação, além de recomendado o uso do sinalizador tipo “Sea Lume” individual para o condutor e cada visitante durante o mergulho.
6 – Somente os visitantes com credenciamento específico (night dive avançado ou superior) poderão realizar o mergulho noturno.
7 – A proporção de visitantes por condutor deverá seguir o estabelecido para os demais pontos de mergulho no Parque, podendo ser revisto caso assim indique o monitoramento das atividades.
8 – Somente uma embarcação por vez poderá operar na trilha.
9 – As embarcações interessadas em realizar a trilha subaquática deverão informar à equipe do ICMBio no local, que organizará a escala de uso.
10 – Será dada prioridade para operar: a) à embarcação que tiver agendado a visita há mais tempo, quando da chegada ao arquipélago; b) à embarcação que tiver o maior número de pernoites no parque nacional.
Recomendações para monitoramento
Considerando que a trilha subaquática tem como uma das principais finalidades qualificar a visitação baseada no mergulho autônomo, será formulado e implementado pela equipe do parque nacional formulário de aplicação direta ao visitantes sobre a sua satisfação e condições de realização da trilha, incluindo fatores como número de mergulhadores na água, biodiversidade, informações recebidas pelos condutores a fim de subsidiar medidas de ordenamento baseadas em controle de número mergulhadores por mergulho, entre outros.
Confira o
Guia de Visitantes de Abrolhos
e veja como chegar ao parque marinho e outras informações importantes.
Ascom MMA – (61) 2028-1227 – com informações do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (Fernando Repinaldo Filho)