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COP28
Noruega anuncia doação de R$ 250 milhões para o Fundo Amazônia na COP28
Ministro do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, ministra Marina Silva e ministro de Transição Energética do Reino Unido, Graham Stuart, em painel do Fundo Amazônia. Foto: Fernando Donasci
A Noruega anunciou nesta segunda-feira (11/12), durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, doação de US$ 50 milhões (cerca de R$ 250 milhões) para o Fundo Amazônia. A contribuição reconhece os resultados obtidos pelo Brasil no combate ao desmatamento: houve queda de 50% da área sob alertas de desmatamento na Amazônia de janeiro a novembro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do sistema Deter, do Inpe.
“A redução de 50% do desmatamento na Amazônia em 2023 é resultado da capacidade do presidente Lula de tomar medidas direcionadas. Isso é importante para o Brasil e para o mundo. O Fundo Amazônia é mais importante do que nunca para combater o desmatamento e contribuir para o desenvolvimento sustentável na Amazônia e, portanto, é justo que a Noruega contribua com R$250 milhões para este trabalho", disse o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre.
O ministro norueguês do Meio Ambiente, Andreas Bjelland Eriksen, participou do anúncio com a ministra Marina Silva e o ministro de Transição Energética do Reino Unido, Graham Stuart, em painel no Pavilhão Brasil para celebrar os 15 anos do fundo.
“A Noruega foi pioneira e principal doadora do Fundo Amazônia nestes 15 anos de parceria. O anúncio feito pelo ministro Andreas Bjelland Eriksen é um reconhecimento por resultados como a redução de 50% do desmatamento na Amazônia de janeiro a novembro de 2023. O Brasil tem o compromisso de zerar o desmatamento até 2030, e o apoio da Noruega e de outros países parceiros é fundamental. Nosso objetivo é criar um novo ciclo de prosperidade que mantenha a floresta em pé e respeite as populações indígenas e os povos tradicionais”, disse Marina.
Em setembro, quando se reuniu com o primeiro-ministro norueguês durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Lula destacou que o Brasil é o maior parceiro comercial da Noruega fora da Europa, e que o país é um grande colaborador do Fundo Amazônia, que foi retomado em janeiro, após quatro anos de abandono.
Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia foi criado pelo presidente Lula em 2008 e permitiu o apoio internacional para o combate ao desmatamento no país, com pagamento por resultados obtidos na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Os noruegueses foram os primeiros doadores do Fundo Amazônia, e contribuíram com cerca de R$ 3 bilhões de 2009 a 2018. O fundo foi paralisado em 2019, por decisão do governo anterior, com cerca de R$ 4 bilhões em caixa doados por Noruega e Alemanha.
A retomada do fundo em janeiro foi acompanhada pelo retorno de uma política efetiva de controle do desmatamento, com ações de fiscalização e o lançamento do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazonia Legal (PPCDAm), em junho.
“Mais uma vez o presidente Lula está mostrando que políticas fortes e determinadas estão dando resultados. É uma grande honra comemorar hoje os 15 anos do Fundo Amazônia junto com a ministra Marina Silva. Há um grande simbolismo de anunciarmos uma retomada de nossas contribuições para o Fundo Amazônia nesta COP”, disse Bjelland Eriksen. "O sucesso do Brasil é extremamente importante para a região, mas também para o mundo. Com fortes esforços para reduzir o desmatamento e metas ambiciosas para reduzir as emissões climáticas, o Brasil atua como líder global e impulsionador dessa agenda”, acrescentou o ministro norueguês.
Desde janeiro deste ano foram anunciadas novas doações para o Fundo Amazônia que totalizam cerca de R$ 3,9 bilhões: R$ 2,5 bilhões dos EUA, R$ 715 milhões do Reino Unido, R$ 250 milhões da Noruega, R$ 186 milhões da Alemanha, R$ 107 milhões da Dinamarca, R$ 106 milhões da União Europeia e R$ 28 milhões da Suíça.
No último dia 2, os britânicos anunciaram uma doação de 35 milhões de libras e assinaram o contrato da contribuição de 80 milhões de libras (R$ 500 milhões), anunciada em maio. Os compromissos foram firmados por Marina, pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e a secretária de Segurança Energética e Emissões Zero do Reino Unido, Claire Coutinho.
Durante o painel do Fundo Amazônia, o ministro de Transição Energética do Reino Unido destacou a parceria entre os países e parabenizou o Brasil pela queda do desmatamento.
"Precisamos agir e apoiar aqueles que agem. Sabemos como é crítica a floresta amazônica e todas as florestas tropicais do mundo. São importantes para as pessoas, o clima e a natureza. Não vamos cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e não vamos ter chance de ficar em 1,5°C se não protegermos e restaurarmos esses ecossistemas preciosos", afirmou Stuart.
Os recursos do Fundo Amazônia apoiam ações de fiscalização do Ibama e do ICMBio e a implementação do PPCDAm, entre outras iniciativas. O plano tem quatro eixos temáticos: atividades produtivas sustentáveis; monitoramento e controle ambiental; ordenamento fundiário e territorial; e instrumentos normativos e econômicos voltados à redução do desmatamento e à efetivação das ações abrangidas pelos demais eixos.
“Os apoios demonstram credibilidade, respeito aos resultados que o fundo já atingiu e visão de futuro para uma agenda de sustentabilidade para a região”, disse Nabil Kadri, superintendente de Meio Ambiente do BNDES, responsável pela gestão do Fundo Amazônia.
Em 15 anos, recursos e projetos atendidos pelo Fundo Amazônia já beneficiaram pelo menos 250 mil pessoas, disse Kadri. Hoje, o fundo está presente em mais de 60% de todo o território indígena da região amazônica. A área protegida com recursos é superior aos territórios somados de Noruega, Alemanha, Suíça, Reino Unido em áreas protegidas.