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Transição energética e energias renováveis movimentam discussões do Brasil na COP27
As discussões sobre energias renováveis e transição energética avançam na 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27). Nesta quinta-feira (10), painéis com os temas relacionados a energias reuniram especialistas dos setores de infraestrutura, geração de energia e transição para opções mais verdes. Durante os debates, mediados pela assessora especial do Ministério do Meio Ambiente, Roberta Cox, foram apresentados estudos que mostram o tamanho do potencial excedente do Brasil na produção de energias renováveis e como o país avançou nos últimos anos.
O CEO do Porto de Açu (RJ), José Firmo, defendeu o modelo de energia eólica offshore (no qual as turbinas são instaladas no mar) são uma opção para alavancar o desenvolvimento do país e inserir mais gigawats no sistema. Firmo destacou, ainda, o uso de biogás e biomassa e um estudo para o reflorestamento de 300 mil hectares, nas proximidades da região portuária, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O hidrogênio verde é uma realidade que acompanha o advento das energias verdes. "O Brasil tem uma oportunidade extraordinária de industrialização através da transição. A partir do hidrogênio, nós podemos descarbonizar a indústria do aço e exportar o aço de baixo carbono e até mesmo de carbono zero. Importante destacar que nós importamos 95% dos nossos fertilizantes e a possibilidade de produzir hidrogênio e nitrogênio em Açu vai trazer fertilizante verde, que é uma necessidade para o futuro brasileiro", reforçou Firmo.
Joaquim Rolim, coordenador de energia da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), mostrou um estudo que demonstra o potencial nacional de superar em 17 vezes a demanda por energia até 2050, gerando um excedente de energias renováveis que farão do Brasil um grande exportador de energia limpa.
Consultor em energia da FIEC, Jurandir Picanço chamou atenção para o fato de a produção de energia ser a principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa no mundo. "Enquanto alguns países não conseguem gerar energias renováveis nem para atender a própria demanda, o Brasil, no horizonte de 2050, tem 17 vezes mais esse potencial", disse.
A matriz energética brasileira é a mais limpa do mundo, quando comparada a outras grandes nações. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEE), Elbia Ganoum, o Brasil tem muitos recursos naturais que permitem a produção de eletricidade de maneira limpa. Enquanto o consumo no país é de 85% de fontes renováveis, a média mundial não passa dos 20%.
O enorme potencial das fontes renováveis vai atender não apenas o mercado local, mas também o mercado global. "Com a possibilidade da produção de amônia e hidrogênio verdes, nossas fronteiras acabam. Estamos atraindo investidores, o país é um dos mais atrativos e líder mundial em energias renováveis", afirmou Ganoum.
Hidrelétrica e energias verdes
A usina binacional de Itaipu é a maior geradora de energia limpa do planeta, com mais de 2,8 bilhões de megawatts-hora de produção acumulada desde 1984, suficientes para abastecer o mundo por 45 dias. E é promotora do maior programa de reflorestamento do setor elétrico, preservando 100 mil hectares de Mata Atlântica que são reconhecidos pela Unesco como Reserva da Biosfera.
Nesta quarta-feira, o superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer, participou da programação brasileira na COP27, mostrando a Itaipu como exemplo do potencial brasileiro para a produção de energia verde, 100% renovável e não poluente, além de servir para a segurança hídrica da população.
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ASCOM MMA