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Em evento internacional, Brasil apresenta ações de pesquisa e meio ambiente desenvolvidas na Antártica
Foto: Arquivo Ascom
O Brasil participou da XXXIII Reunião dos Administradores de Programas Antárticos Latino-Americanos (RAPAL), realizada entre os dias 23 e 26 de agosto, em Quito, no Equador. A RAPAL é um fórum de coordenação em nível latino-americano para questões científicas, logísticas e ambientais relevantes na área da Antártica.
No evento, o Brasil apresentou documentos de informação sobre as ações do país na Antártica na Comissão de Assuntos Ambientais, Científicos e Técnicos (CACAT). Um deles é sobre a eficácia da implementação do plano de gestão e a proteção dos valores especiais na Área Antártica Especialmente Gerenciada (ASMA) nº1, onde se encontra a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O relatório apontou que os valores intrínsecos identificados no Plano de Gestão desta área não mudaram e que as espécies identificadas no Plano de Manejo ainda estão presentes e são relevantes para a manutenção da proteção dos ecossistemas associados à região.
Outro documento apresentado foi o "Módulo de Pesquisa Criosfera 2", desenvolvido com tecnologia nacional pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O módulo foi projetado para desenvolver pesquisas sobre o meio ambiente, o comportamento da atmosfera e as teleconexões entre os oceanos Pacífico Sul, Atlântico Sul e os mares Antárticos com a América do Sul e o Brasil, entre outras demandas científicas nacionais e internacionais. Equipado com dois laboratórios, o projeto vai operar de forma autônoma e remota e será instalado na temporada de verão 2022/2023, na região do Skytrain Ice Rise, na Antártida.
A delegação brasileira apresentou, ainda, os materiais didáticos sobre a Antártica para uso nas escolas e a publicação “Volume Especial de Pesquisas Antárticas Brasileiras nos Anais da Academia Brasileira de Ciências (Aabc)", dedicada ao primeiro líder científico e organizador da pesquisa científica antártica brasileira, professor Antônio Rocha Campos, paleontólogo, geólogo de geleiras e membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Na Comissão de Assuntos Operacionais e Logísticos (CAOL) ainda foram apresentados os documentos de informação sobre os 40 anos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e a aprovação da atualização da Política Nacional para Assuntos Antárticos (POLANTAR) e sobre o emprego dos aviões KC-390, da Embraer, nas operações antárticas.
Na Plenária o Brasil apresentou informações sobre a Operação Antártica XL, no verão 2021-2022, e os preparativos para a Operação Antártica XLI, que acontecerá de outubro de 2022 a abril de 2023.
A Delegação brasileira foi chefiada pelo Contra-Almirante Marco Antônio Linhares, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) e gerente do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), e contou com a participação de representantes do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Além do Brasil, a reunião contou com a participação da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, que são países membros, e da Colômbia, Costa Rica e Venezuela, que são observadores.
Durante a RAPAL, as decisões são tomadas por consenso e terminam com a apresentação de um Relatório Final. O encontro é uma oportunidade para os países latino-americanos promoverem a cooperação e o apoio mútuo nos aspectos científicos, técnicos, logísticos e ambientais. O Brasil vai sediar o evento em 2024.
ASCOM MMA