Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais
O governo federal lançou, em 09/04/2024, o Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia. Este programa prevê investimentos de R$ 730 milhões para promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia. A iniciativa é parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), relançado em junho de 2023.
O Programa União com os Municípios (UcM) foi criado por meio do Decreto nº 11.687 de setembro de 2023, que dispõe sobre as ações relativas à prevenção, ao monitoramento, ao controle e à redução do desmatamento e da degradação florestal no Bioma Amazônia e prevê a implementação de ações nos municípios prioritários para controle do desmatamento. A Portaria GM/MMA nº 833/2023 estabelece os critérios que definem os municípios prioritários, e a Portaria GM/MMA nº 834/2023 indica quais são os 70 municípios prioritários que, juntos, respondem por aproximadamente 78% de todo o desmatamento verificado na Amazônia Legal no ano de 2022. Destes, 48 (quarenta e oito) municípios aderiram ao programa, os quais são responsáveis por 59% do desmatamento na Amazônia. Os 22 municípios restantes poderão firmar o termo de adesão em 2025.
Após a adesão, os municípios serão priorizados nas ações do Governo federal relacionadas a:
- Regularização ambiental e fundiária em glebas públicas federais não destinadas;
- Serviço de assistência técnica;
- A priorização para análise de requerimento de desembargo junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes, observada a legislação específica;
- O fomento à recuperação da vegetação nativa, com recuperação produtiva; e
- Pagamento por Serviços Ambientais para os produtores que mantiveram a vegetação nativa conforme a lei.
O programa União com Municípios será implementado com recursos do Fundo Amazônia, na ordem de R$ 600 milhões, e recursos do Projeto Floresta+ Amazônia, provenientes do Fundo Verde para o Clima – GCF (Green Climate Fund), na ordem de R$ 175 milhões. Adicionalmente, outros incentivos também poderão ser incluídos por meio de emendas parlamentares.
Os recursos do programa serão distribuídos na lógica do “pagamento por performance”: quanto maior a redução anual do desmatamento e da degradação, maior será o investimento nos respectivos municípios. Os valores serão distribuídos na proporção de 2/3 relativos à redução do desmatamento, e 1/3 à redução da degradação florestal nos municípios.
A performance dos municípios será aferida a partir dos dados de desmatamento (Programa Prodes/Inpe) e degradação florestal (Projeto Deter/Inpe). Dessa forma, o desmatamento 2024, que se refere ao desmatamento ocorrido de 01 de agosto de 2023 a 31 de julho de 2024, será comparado com o desmatamento de 2023, que cobre o período de 01 de agosto de 2022 a 31 de julho de 2023. Para aferição da redução da degradação florestal, será utilizado o mesmo procedimento, mas com os dados do Projeto Deter/Inpe.
Caso tenha ocorrido redução do desmatamento e degradação florestal, o município terá direito a receber benefício em forma de bens e serviços nos temas do Programa. Por outro lado, caso o desmatamento tenha aumentado, o município não terá direito a investimentos nos anos seguintes.
Pela adesão ao Programa, todos os municípios receberão R$ 500 mil em equipamentos e serviços técnicos para a estruturação de escritórios de governança voltados ao monitoramento das queimadas e do desmatamento. Espera-se que os municípios aumentem sua capacidade de atuação no controle do uso e proteção da cobertura vegetal do seu território.
O programa apoiará ações de regularização fundiária e ambiental, assistência técnica e extensão rural em glebas públicas federais não destinadas para ocupações de até quatro módulos fiscais no apoio à agricultura familiar, além de ações de recuperação produtiva por meio de sistemas agroflorestais. Ademais, também haverá pagamentos por serviços ambientais (PSA) para produtores em assentamentos federais que conservaram florestas e reduziram o desmatamento, além de apoio para o fortalecimento do setor ambiental da prefeitura.
Para adesão ao programa é necessário que o município cumpra os seguintes compromissos:
Termo de Adesão assinado pelo prefeito e vereador do Município;
Obtenha Cartas de apoio à adesão do município ao programa assinada por Parlamentares: ao menos um(a) deputado(a) estadual e um(a) deputado(a) federal ou senador(a) do Estado;
Realize apresentação do programa para o Conselho de Meio Ambiente do município, com registro em ata; e
Indique equipe técnica para atuar como ponto focal do programa.
Os municípios precisarão se comprometer com ações para a redução contínua do desmatamento e degradação florestal, e deverão possuir secretaria municipal responsável por políticas de meio ambiente ou sustentabilidade.
São metas do programa até 2026:
Implantar escritórios de governança para monitoramento do desmatamento nos municípios prioritários, em até 01 ano;
Realizar ações de regularização ambiental e Fundiária em glebas públicas federais não destinadas, atendendo até 30 mil famílias em 5 anos;
Atender pelo menos 30 mil famílias com ações de Assistência Técnica;
Implantar ações de recuperação produtiva em 3 mil hectares; e
Pagamento de Serviços Ambientais para Assentamentos, com apoio do Projeto Floresta+, beneficiando 10 mil famílias.
Status do programa em 2024:
Edital para Pagamento de Serviços Ambientais (PSA) em assentamentos da reforma agrária do INCRA, por meio do Projeto Floresta+Amazônia/PNUD: Lançado em 22/05/2024, com previsão de início dos pagamentos em outubro de 2024. Valor R $60 milhões.
Implantação de escritórios de governança para monitoramento do desmatamento nos municípios prioritários no âmbito do Projeto Floresta+ Amazônia, em Parceria com o Projeto Floresta+/PNUD: Edital lançado em 05/07/2024, com o objetivo de contratar instituição parceira para operacionalizar a aquisição e distribuição de equipamentos aos municípios até novembro de 2024, e de contratar serviço de consultoria especializada. Valor de R$ 40 milhões.
Projeto de Regularização Ambiental, Fundiária e ATER, em parceira com o Fundo Amazônia. Previsão de início em fevereiro de 2025. Valor de R$ 600 milhões.
Estruturação da Estratégia de Recuperação Produtiva, em parceria com o Projeto Floresta+ Amazônia/PNUD e Anater. Previsão de início em 2025. Valor R$ 75 milhões.
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