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Projeto Minerva: peritos de todo o país foram capacitados para detectarem novas drogas
Brasília, 10/12/2019 - Peritos de todos os estados e do Distrito Federal passaram por treinamento específico para identificar novas drogas. Para superar o desafio de identificar as novas substâncias psicoativas que surgem no país, o Projeto Minerva, uma ação conjunta entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e a Polícia Federal, capacitou 40 peritos para a realização da análise e identificação de novas drogas que estão sendo encontradas no Brasil.
Na tentativa de burlar a lei, traficantes fazem pequenas modificações químicas em moléculas de drogas já existentes, proibidas pela legislação atual. Esse surgimento frequente de novas substâncias demanda atualizações constantes nos métodos empregados para sua detecção. “As forças policiais têm realizado um trabalho ostensivo e integrado no enfrentamento ao tráfico, contudo, o Brasil é um país que faz fronteira com dez países, pelas quais inúmeras substâncias podem adentrar, então, nós precisamos saber o que está sendo produzido e consumido aqui para que o governo possa agir de maneira cada vez mais assertiva, e o curso é uma grande oportunidade para alinharmos experiências e métodos mais eficazes em todos os estados”, observa Carolina Matias Diniz, perita criminal de Rondônia.
Para fornecer subsídios para identificação e enquadramento de novas drogas na legislação, o Projeto Minerva alia a expertise da Polícia Federal às experiências das perícias estaduais, proporcionando troca de informações entre os profissionais sobre as dificuldades de cada estado e gerando um conhecimento ainda mais amplo sobre essas drogas. Essas substâncias, além de contribuírem para a disseminação do tráfico, oferecem riscos e impactam a saúde pública, gerando uma série de prejuízos ao Brasil.
“O primeiro a identificar a presença de uma nova droga no país é o perito, uma vez que essas substâncias são detectadas em comprimidos, selos ou cristais semelhantes aos já encontrados contendo substâncias conhecidas, como MDMA ou LSD”, esclarece a perita federal e uma das coordenadoras do curso, Mônica Paulo. “Para isso, esse profissional precisa ter condições e ferramentas para analisar quimicamente as substâncias, informar aos órgãos de saúde e de segurança pública, e fornecer subsídios à investigação”, conclui.
A capacitação foi realizada em três módulos, entre outubro e dezembro, em Brasília (DF). Em 2020 outros peritos serão capacitados.